Turbulento. Se existe uma palavra que possa descrever o ano de 2018 em Mauá é esta. Prestes a comemorar o 64º aniversário, o município e a população ainda tentam entender o que ocorreu nos últimos meses quando ocorreu série de problemas, em meio ao racha político entre dos dois principais integrantes do Poder Executivo, o prefeito Atila Jacomussi (PSB) e a vice-prefeita Alaíde Damo (MDB). A retomada dos investimentos virou prioridade para os últimos dias do ano.
Apesar da origem de alguns problemas do município ser de outras gestões, como a dívida que a Sama (Saneamento Básico de Mauá) tem possui junto à Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), outros imbróglios começaram a partir do principal fato na cidade em 2018, a prisão de Atila Jacomussi, 213 dias antes do aniversário.
Sem Jacomussi no comando da Prefeitura, a interina Alaíde Damo resolveu fazer uma série de mudanças no primeiro escalão e também em alguns atos, o principal deles a novela do contrato com a Fundação do ABC (FUABC). Até julho, as duas partes ainda mantinham relação com aditivos no contrato firmado em 2015, porém em agosto o governo interino chegou a informar que não manteria o acordo e faria nova licitação.
O fato pegou os funcionários e a população de surpresa. Porém, 24 horas depois o Executivo voltou atrás e resolveu manter a parceria, porém sem qualquer tipo de contrato. Desde então, um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) é prometido para tentar solucionar o caso. “Assim que o TAC for assinado vamos fazer nova licitação para a saúde. Desta vez vamos dividir em três lotes, pois temos de acabar com a cultura do monopólio em Mauá”, explicou o prefeito em entrevista ao canal RDtv. O município também quer fazer auditoria em relação àa dívida que tem com a FUABC.
A Organização Social de Saúde (OSS) alega que o valor devido gira em torno de R$ 120 milhões, sendo que quase metade da dívida é oriunda da atual gestão. Porém, a Prefeitura alega que série de serviços prestados pela entidade não foi comprovada, justificativa usada para questionar os valores cobrados.
O principal foco dos problemas da área é o Hospital de Clínicas Dr. Radamés Nardini. Apesar da entrega de 10 novos leitos de UTI (Unidade de Pronto Atendimento) de alta complexidade e a promessa do início da reforma do quarto andar, que receberá toda a infraestrutura da maternidade, o equipamento sofre com poucos recursos provenientes de outros entes, como o governo do Estado, que atualmente repassa R$ 1 milhão mensalmente, mas a Prefeitura pede R$ 5 milhões.
Sama e Sabesp – Das sete cidades da região, apenas três contam com empresas próprias de saneamento básico: São Caetano (Saesa), Santo André (Semasa) e Mauá (Sama). As duas últimas enfrentam imbróglio de dívida bilionária, que atrapalha a possibilidade de investimentos na área nos dois municípios. No caso mauaense, a disputa entre as partes aumenta a cada dia, ficando assim longe de qualquer solução. A primeira divergência entre as partes é o valor da dívida. A princípio anunciada na casa dos R$ 1,9 bilhão, o número, segundo a Sabesp, chegou aos R$ 3 bilhões, 100% a mais do que o valor citado por Jacomussi durante entrevista ao RDtv, R$ 1,5 bilhão.
Para resolver a situação, a Administração estuda parceria tríplice entre Sama, Sabesp e BRK Ambiental, responsável pela coleta e tratamento do esgoto no município. Até o momento não houve qualquer tipo de solução sobre o caso que ficará para 2019.
Educação – A inauguração de uma escola sempre é motivo de boas notícias, porém não no ambiente político em Mauá. A Escola Municipal Alice Túlio Jacomussi foi inaugurada duas vezes. Em agosto, Alaíde Damo promoveu festa para a abertura do equipamento. Em novembro, Atila Jacomussi reabriu o local ao afirmar que a escola não estava completa. Além disso, o socialista indicou que haverá novas obras em 2019, como a construção de creches e mais escolas municipais, além de equipamentos para cultura e lazer, com investimentos do governo do Estado.
Para o aniversário já foram entregues, novas linhas do Expresso Mauá, retomou o Café do Trabalhador e entregou leitos no hospital Nardini. Amanhã será entregue monumento no Centro.