Se nos anos 1970 os terrenos eram abertos euforicamente para dar lugar a indústrias e novos bairros, e assim abrigar as famílias que vinham atraídas pelo emprego, agora a Diadema tenta se reinventar, qualificar melhor os espaços públicos e ocupar imensos galpões industriais há muito à espera de locatários. Por sua vez, a população, que viu a economia encolher, está mais dependente do poder público para cuidar da saúde e educar os filhos. É com este cenário que o município completa 59 anos de emancipação dia 8 de dezembro, na expectativa de resolver os problemas na saúde, com a construção de novo hospital, oferecer escolas melhores e mais qualificadas e a economia voltar a crescer.
Esses desafios foram colocados nas últimas eleições municipais e também nas eleições proporcionais finalizadas em outubro. A população mostrou que deseja mais saúde, mais segurança, emprego e qualidade de vida. Sem dúvida, o problema mais gritante da cidade, e de muitas outras, é na área de saúde. A cobertura da cidade em quantidade de equipamentos públicos não é ruim; são 13 unidades básicas de saúde, um hospital municipal e o Quarteirão da Saúde, equipado com pronto socorro e atendimento em especialidades.
Mas a estrutura é pouco eficiente. O prontuário eletrônico ainda não é realidade, faltam médicos especialistas e o hospital público não dá conta da demanda, mesmo com os mais de mil funcionários que emprega. Enquanto isso, os corredores ficam cheios e as reclamações são constantes. O principal problema é a idade do prédio, que data de 1967. O prefeito Lauro Michels (PV) foi reeleito em 2016 com a promessa de construir novo hospital, mas até agora nada. Michels diz que conseguiu com a Caixa financiamento de R$ 125 milhões, em área própria e com tudo certo. “Temos aí a primeira etapa de R$ 45 milhões que está em análise do Sistema do Tesouro Nacional. Vamos classificar uma parte do hospital como uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) número 8 para ter uma parte de despesa (custeada pelo governo federal), com a Caixa. Com esse ok, poderíamos estar já na fase de licitação. O custeio eu já tenho, porque Diadema gasta R$ 100 milhões por ano no hospital antigo. No novo vamos reduzir custos com o prédio moderno e verba da UPA, ou seja, vamos diminuir o custeio”, explica.
Economia – Se no quesito saúde a solução parece estar longe, na área econômica o município teve avanços. No final de outubro, a Câmara aprovou propostas de Lauro Michels para atrair empresas, gerar empregos e, de quebra, resolver o problema dos galpões abandonados. As medidas garantem compensações aos empresários que investirem no município, facilidade para pagamentos de débitos com a cidade, entre outras novidades. “Abrimos a guerra fiscal, isentando de taxas do município, como IPTU e ISS e a partir desse momento você ganha essa receita nova, estamos com um plano novo de desenvolvimento”, comenta.
Michels destacou também outra etapa do projeto de desenvolvimento econômico, o novo Plano Diretor, que prevê uma série de novidades também para atrair empresas. Aponta os Cepacs (certificados de potencial adicional de construção) que vão garantir as áreas residenciais e industriais. Quem virá para investir e receberá de volta até 50% do investimento em 10 anos. “A ideia é ocupar os galpões, que precisamos adaptar os megas que não se aluga mais em eixos estruturantes e, assim, viram condomínios industriais”, detalha.
Praças – Outro desafio é resolver os problemas estruturais da praça Castelo Branco, a principal da cidade, encravada no centro comercial. Com problemas de drenagem no local, os comerciantes sofrem com falta de oferta de vagas de estacionamento e o excesso de vendedores ambulantes, além do aspecto desgastado do mobiliário urbano. Assim que foi anunciada a reforma, Michels enfrentou protestos de representantes dos conselhos de Meio Ambiente e do Patrimônio Histórico, que alegam não terem sido consultados. Da mesma forma que providenciou a reforma da Praça que leva o nome do tio-avô, Lauro Michels disse que vai requalificar a praça. “Nós vamos reformar. Naquele piso, mulher de salto e carrinho de bebê não anda. Aquela praça é só horror. Reformamos a praça Lauro Michels, que só tinha mendigo, sujeira e cachorro, hoje todo fim de semana o local está chapado de gente, criança brincando de patins, então eu damos vida para um ambiente morto”, afirma.
Em comemoração ao aniversário, Diadema receberá várias obras. “Nós vamos entregar a reforma do aquecedor da piscina do Clube Mané Garrincha e a sala de ginástica; fora obras que já entreguei como as duas creches e o Novo Habitat e o Iguassu, que são empreendimentos habitacionais. Além do novo plano de recapeamento em que já temos 10 ruas”, enumera. Michels agradece o apoio que obteve na última eleição para o seu candidato Márcio Paschoal Giudício, o Márcio da Farmácia (Podemos) eleito deputado estadual. “Foram mais de 36 mil votos que permitiram termos um representante na Assembleia Legislativa, que faz muita falta. Contem conosco, com o nosso mandato e com a nossa disposição. Espero que 2019 seja melhor, com mais emprego. Estamos fazendo o possível dentro das nossas limitações legais”, completa.