A mudança de um sistema que hoje concentra poderes nas mãos do presidente e a adoção de mecanismos que garantam a transparência dos atos, sobretudo das contas da subseção, foram os pontos principais abordados durante o debate entre os candidatos à subseção de Santo André da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), promovido pelo RDTv, nesta segunda-feira (26/11). Participaram os três candidatos Andréa Tartuce, Antônio Carlos Cristiano e Mirian Bazote, que debateram propostas por mais de uma hora e meia, com mediação do jornalista Leandro Amaral.
Andréa defendeu a necessidade de grande melhoria da estrutura de comunicação da entidade. “Enfrento a mesma dificuldade, a falta de informações. Estamos muito defasados em relação aos e-mails, temos 7 mil advogados, mas o mailing tem 3 mil. Só quem tem acesso a essas informações é o presidente, nenhuma outra pessoa. Ele não está atualizado, precisamos fazer um censo e resgatar esse número total” respondeu. Ao comentar a resposta da concorrente Miriam disparou críticas. “Estou surpresa, me parece mais uma monarquia. Isso não é uma gestão de transparência. Na nossa gestão vou implantar o café da manhã bimestral com a presidente”.
A advogada Andréa Tartuce acrescentou ainda que uma de suas propostas é abrir todas as contas da entidade para a classe através de um portal de transparência. “Todas as contas tem que estar à mostra para que os advogados possam saber como os recursos são usados. As despesas extras também tem que ser mostradas, tudo através de um portal de transparência. Esse é um dos problemas enfrentados na gestão, onde nós tivemos uma presidência que centralizou a maior parte dos cargos. Enfrentamos algumas dificuldades, a abertura depende do presidente tudo depende da aprovação dele”,
Antonio Carlos Cristiano defendeu mais apoio a comissão de prerrogativas, principalmente para os profissionais que ficam a disposição para atender aos colegas. “Quando não existe apoio de uma seccional não tem apoio das prerrogativas, teremos uma comissão de relacionamento jurídico e também investimento para que tenha uma infraestrutura mínima, para quem atua na prerrogativas”.
O advogado defendeu ainda o treinamento para o jovem advogado. “Ele recebe a carteira da ordem e pensa: ‘e agora o que fazer com a minha carteira? Teremos advogados experientes para cursos de práticas jurídicas. Teremos uma biblioteca e teremos uma comissão do jovem advogado para que ele seja acolhido; teremos ainda o curso de coach jurídico explicando como administrar o escritório e como cobrar seus honorários”, disse Cristiano. Mirian também fez proposta dentro deste tema. “Vamos criar o programa primeira causa, feito por professores, teremos oficinas das práticas jurídicas iremos colocar o profissional para ajudar; vamos juntar os dois o jovem e o sênior para termos a OAB forte”, destacou.
Mirian destacou sua vivência na área de administração e gestão para dizer que, se eleita, vai garantir otimização dos gastos. “Sou administradora de empresas e tenho MBA de gestão, por isso consigo claramente enxergar de maneira macro, como se faz corte de gastos, como se implanta cursos, eu faço isso na vida privada. Temos alguns advogados novos que não conseguem fazer do seu escritório um negócio, então essa minha visão de que as cosias tem que ter as coisas ter transparência e modernidade. Precisamos estar preparados, e para isso precisamos ter gestão. Vamos oferecer tudo isso aos advogados”, prometeu. Uma das coisas que ela pretende fortalecer é a ESA (Escola Superior da Advocacia). “Eu sou coordenadora de um curso jurídico. Como presidente pretendo trazer cursos de excelência, mas para a realidade do nosso município não os empacotadinhos de São Paulo. Eu sei o que o advogado precisa, e quanto custa. Outra coisa importante é trazer os excelentes profissionais de Santo André”.
Sobre a ESA Andréa destacou que a escola deve ser ampliada. “Foram quase 50 cursos oferecidos nestes dois anos e meio que estou a frente da Aesa. Existe um projeto já aprovado e conseguimos mais três salas de aula, para trazer para o advogado o que tem de melhor.
Mirian que foi presidente da comissão de segurança na atual gestão disse que teve muita dificuldade com a comissão desde o início e culpou a burocracia por isso. “Na minha posse convidei secretários e o auditório estava ocupado por outro evento. Mesmo assim recebi meus convidados, fizemos uma parceria, mas eu não consegui trabalhar na OAB. Eu não consegui fazer uma palestra, pois são tantas autorizações que submeter, que não consegue trabalhar. Por isso eu fui para a seccional. Temos 200 comissões hoje que não se sabe para que servem e não consegue trabalhar se não formos amigos do rei”, finaliza.