Após um desgaste de nove meses, o prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), exonerou o secretário de Segurança Alimentar, Atevaldo Leitão (PSDB), neste sábado (10). O tucano alega que sua saída foi motivada por divergências político-partidárias. O chefe do Executivo também demitiu o chefe da pasta de Defesa Social, Marcel Soffner, e realizou outras mudanças no primeiro escalão.
Com a oficialização de sua exoneração no Diário Oficial do Município (DOM), Leitão divulgou um vídeo pelas redes sociais alegando que sua saída foi motivada após o seu apoio ao governador eleito João Doria (PSDB), durante o pleito deste ano. Porém em entrevista ao RD, o tucano alegou que o ato de Michels ocorreu após um desgaste que durou nove meses.
“Esse desgaste começou com a eleição do PSDB (em fevereiro). Eu fiz uma composição com o (prefeito de São Bernardo) Orlando Morando e acabei empossado como vice-presidente do PSDB em Diadema e o presidente eleito foi o Mamede (Salem). Desde então o Lauro vem trocando farpas comigo e pedia minha saída do partido. Caso isso não acontecesse ele me exoneraria”, explicou o ex-secretário.
A situação entre o verde e o tucano “piorou” durante as eleições. Atevaldo Leitão manteve seu apoio ao deputado estadual Ramalho da Construção (PSDB), que tentava a reeleição, ao invés de pedir votos para o vice-prefeito Márcio da Farmácia (Podemos), fora o fato de fazer campanha para Doria enquanto Michels pedia apoio para Márcio França (PSB). Assim, após noves meses de desgaste houve a exoneração.
O próximo passo de Leitão é levar a situação aos filiados do diretório diademense e estadual do PSDB, além de Orlando Morando, para decidir o futuro da legenda na cidade. Existe uma tendência do tucanato deixar de apoiar Michels após uma parceria que durou quase seis anos, fora o fato do prefeito de Diadema ser um ex-tucano.
Tenente-coronel Soffner deixa pasta de Defesa Social
Outra mudança oficializada por Lauro Michels foi a exoneração de Marcel Soffner, secretário de Defesa Social, pasta responsável pelos projetos de Segurança Pública. Em seu lugar foi empossado Paulo Alexandre Fagundes. Em sua primeira avaliação sobre o ato de demissão, o tenente-coronel aposentado da Polícia Militar (PM) considera que houve um desgaste político que culminou em sua saída.
“Mesmo apoiando o governo desde o segundo turno de 2016, eu considero que era visto muito mais como um técnico de que como um político. Isso atrapalhava um pouco, pois acabavam dando prioridade a outras áreas e sabemos que os investimentos em segurança pública são altos. Como existia esse desgaste, acho que isso culminou na saída”, explicou.
Soffner considera que sentiu que haveria alguma rusga por parte de Michels ainda na quarta-feira (7), quando o prefeito não participou da solenidade de juramento a bandeira daqueles que se alistaram no Exército neste ano. Na sexta-feira (9), foi chamado ao gabinete do chefe do Executivo quando foi informado sobre a exoneração.
“Apesar da saída, considero que fizemos um bom trabalho. Conseguimos economizar R$ 300 mil com o aluguel de um prédio para a Secretaria. Destravamos a parte jurídica para o projeto do Detecta e iniciamos um processo para a formação de um Centro Integrado. Espero que o próximo secretário possa dar continuidade”, concluiu.
Outras mudanças
Além das mudanças nas secretarias de Defesa Social e Segurança Alimentar, Lauro Michels nomeou a primeira-dama Caroline Rocha como a nova Chefe de Gabinete, em substituição a Fernando Moreira Machado, secretário de Assuntos Jurídicos e que estava interinamente no cargo. Caroline vai acumular o cargo com o comando da Secretaria de Assistência Social e Cidadania, onde passa a ser interina até que um próximo nome seja escolhido.