O presidente da Câmara de Santo André, Almir Cicote (Avante) desmente, durante entrevista ao RDtv desta terça-feira (06/11), os boatos de que o Legislativo estaria estudando aumentar o número de cadeiras e também anunciou o avanço do projeto de virtualização da Câmara que visa trazer mais agilidade e celeridade aos processos da Casa, com economia de recursos.
Primeiro o presidente começou comentando sobre o resultado das urnas em que chegou perto de ser eleito deputado estadual, obtendo 25 mil votos, e do novo modelo de campanha focado nas redes sociais. “Do ponto de vista de uma campanha bem feita, não consigo enxergar nenhum erro na minha. As redes sociais foram a grande surpresa, temos grandes nomes da política que não foram eleitos. O reflexo que vimos no ABC aconteceu também no estado e no país, não adianta ficar procurando culpado, apenas faço o reparo de que as redes sociais mudaram a campanha, mas a de vereador ainda vai ser feita no olho no olho e com apertos de mão”, destaca.
E foi do período de campanha que, segundo Cicote, surgiram novos boatos sobre o aumento do número de vereadores na Câmara andreense. “Esse tema vem se desenrolando desde 2009 com a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 58. Naquele momento todas as câmaras aumentaram o número de vereadores, exceto Santo André. E a partir de então fica esse fantasma, quando não tem o que fazer jogam esse balde de água na Câmara. Precisamos entender como procede o aumento de cadeiras. Tem que sair da sala da Presidência e sob a minha gestão não vai haver aumento de cadeiras. É tudo balela de gente querendo aproveitar uma onda que eles mesmo já sabem que não existe”, aponta o vereador do Avante.
Além do aumento do número de vereadores os boatos davam conta até da construção de um anexo para os gabinetes. Outra informação inverídica rebatida pelo presidente. “São informações distorcidas para difamar. Temos um grande projeto de reforma da Câmara faz dez anos e não conseguimos colocar em prática. Temos problemas na parte elétrica, na estrutura e no meio disso alguém vem falar em anexo? Não tem cabimento, talvez num futuro, mas antes tem que passar pelo Condephaasa (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico) já que o paço é tombado. Vou trabalhar para que saia esse ano a reforma da parte elétrica. Não temos rede lógica, tem problemas de espaço, ar-condicionado, tudo isso não está estimado ainda, tem que fazer vários estudos. É um projeto de dez anos que vem se arrastando”, disse o presidente que acrescentou que até o Tribunal de Contas já aponta que há falhas na manutenção. “Temos que dar essa resposta ao tribunal e aos vereadores também”.
Virtualização
Almir Cicote disse que um de seus legados, quando deixar a Presidência da casa, será a reforma administrativa que trouxe mais agilidade aos trabalhos. “A reforma tirou aquela letargia para melhorar o ambiente, a estrutura, os funcionários. Graças a reforma a Câmara tem andado a passos largos com grandes projetos; conseguimos colocar o concurso público que vai ser agora em janeiro, por exemplo. O próximo presidente vai encontrar uma Câmara muito mais azeitada, engrenada”.
Um dos projetos em andamento é a chamada virtualização da Câmara, que na prática consiste na digitalização de todos os processos. Segundo Cicote, a Casa vai economizar em vários aspectos. “É um projeto excepcional que já está saindo do papel de forma muito rápida. Semana que vem tem treinamento com todos os funcionários. Esse projeto vai praticamente acabar a folha de sulfite na Câmara; ao invés de comprar mil caixas de caneta, vai comprar 50; o vereador pode dar despacho de onde ele estiver. O grande desafio é deixar essa virtualização pronta”, diz o parlamentar.
Segundo Cicote, os procedimentos já estão adiantados, os vereadores já tem as assinaturas digitais e toda a documentação está sendo digitalizada também. “Vamos economizar energia, cartucho, impressora e manutenção; vamos cortar de cinco a seis contratos logo de cara”, finaliza.