O deputado federal eleito pelo Partido Novo, Vinicius Poit, obteve 207.118 votos, sendo que quase 10% disso, 18.522, foram conquistados no ABC. As cidades da região onde o político foi mais votado são Diadema, com 1343 sufrágios, e Mauá, com 1336, ou seja, sendo destaque em tradicionais ninhos petistas. O Novo tem diretório constituído apenas na Capital, mas conta com lideranças regionais que devem ser os embriões para futuros diretórios. Segundo Poit, a votação na região, onde ele tem origem, credencia o partido para a disputa das eleições municipais em 2020.
No entanto Poit não pensa em disputar a prefeitura. “Isso está descartado, as pessoas votaram em mim para ser deputado federal, no ABC tenho compromisso de ajudar a ter candidatos no ABC. Serei deputado nestes quatro anos”, garante.
Poit nasceu em São Bernardo, tem família na região, mas atualmente mora em São Paulo. Apesar disso gosta de se auto denominar “Batateiro”, como são conhecidos os nascidos na cidade do ABC. Para ele a expressiva votação do Partido Novo e a renovação de 52% na Câmara e de 85% no Senado, mostram um clima de mudanças. “É um recado do cidadão e um reconhecimento pois nosso partido é coeso e todos falam a mesma língua”.
Poit teve votos em 617 municípios. Durante a campanha afirma ter visitado 200 cidades e revela que a votação também traz a responsabilidade de cumprir as promessas de campanha. “Sinto principalmente pela rede social, de um lado ela foi boa para a eleição, mas é uma faca de dois gumes porque a fiscalização é imediata. O Brasil acordou para a política, nas ruas só se fala disso. O preço de quem diz não gostar de política é ser governado por quem se interessa e ninguém mais quer pagar esse preço. Eu vou buscar dar exemplo cortando privilégios mostrando que dá para fazer uma política diferente. A rede social será a maior forma de divulgação do meu trabalho”.
Para viabilizar essa prestação de cotas, Poit pensa em utilizar aplicativos para ter um contato simples e direto com os eleitores. “Estudando um aplicativo, o Nosso Mandato, para mostrar como eu vou votar na Câmara, vamos tornar mais fácil esse acompanhamento. Além do uso do meu site, do Facebook, Whatsapp e Youtube. Devo satisfação aos eleitores” , comenta.
Abaixo assinado
Mesmo antes de sua atuação na Câmara, Vinicius Poit já está trabalhando para evitar o aumento dos salários dos deputados. Criou um abaixo assinado no site Change.org que já conta com 600 mil adesões. “Eu quis dar esse exemplo, começando diferente lançando abaixo assinado, a resposta parece meio óbvia, mas isso acabou viralizando. A gente, como deputado, não pode aceitar esse aumento no momento de crise que o país vive, eu não concordo com isso. Eu vou abrir mão se tiver aumento”, adianta.
Poit já esteve com dois prefeitos da região, ambos tucanos, Orlando Morando (São Bernardo) e Paulo Serra (Santo André) e se colocou à disposição da região, dos prefeitos e vereadores. “Tenho que entender as dificuldades dos vereadores e dos prefeitos, parabenizo os dois que foram os primeiros a me procurarem voluntariamente, essa semana ainda vou falar com o Auricchio (José Auricchio Jr, também do PSDB) e depois vou falar com os demais. Com o Orlando conversei muito sobre o pacto federativo, sobre os gastos que a cidade tem com a saúde. O município atende muita gente de fora e não recebe por isso. O SUS tem que repassar por atendimento. Falamos também sobre a Guarda Civil Municipal e como podemos ajudar com leis para garantir investimento na guarda”. Com Serra, Poit conversou sobre o corte de gastos. “Perguntei sobre o Semasa, pois o Novo visa eficiência e menor estrutura”.
Na Câmara Federal Poit vai defender três bandeiras, adotadas desde o início de sua campanha: o corte de privilégios, a reforma política e a redução da carga tributária. “Vou dar exemplo como primeiro ato vou usar, no máximo a metade dos assessores que o deputado tem direito, de 25 vou usar 12 ou menos. A verba de gabinete de R$ 40 mil eu vou cortar; além disso não vou ter motorista nem carro oficial, não vou usar auxílio moradia nem apartamento funcional, afinal todo trabalhador tem que ralar para pagar seu aluguel então eu tenho que dar o exemplo, para mostrar que a nova política respeita o direito do cidadão”, conclui.
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