Passageiros da Linha 10 – Turquesa da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), que atende a região do ABC, estão cansados dos atrasos, falhas e superlotação de trens, principalmente no horários de pico, quando a movimentação aumenta. Segundo a companhia, são apenas 19 trens para atender a demanda de mais de 104 mil passageiros/dia, que segundo os usuários, é motivo para a superlotação.
Educadora em Santo André, Amanda Cristina, 22 anos, moradora do Jardim Santo Alberto, conta que não existe hora para que os trens fiquem lotados. “Saio para trabalhar às 7h e já está cheio, assim como na volta, às 17h30. São poucos trens que atendem a linha e a maioria são velhos, barulhentos e com ar condicionado quebrado”, reclama. A usuária diz ainda que falta fiscalização para ambulantes que comercializam dentro das composições. “Eles entram de monte, e até quando o trem está cheio ficam passando pra lá e pra cá com caixas”.
A CPTM informou em nota que o Governo do Estado tem realizado investimentos na modernização para melhor opção em tempos de viagem, o que na visão do encanador e usuário da Linha 10, Messias dos Santos, 35, não é verdade. “Por diversas vezes um trajeto de 20 minutos triplicou a duração por problemas nos trens e nas linhas. É uma vergonha”, disse. O passageiro conta ainda que para seguir viagem sentado e sem apertos, precisa voltar pelo menos três estações. “Vou até Rio Grande para não precisar ficar os 40 minutos amassado feito uma lata de sardinha”, ironizou.
Com objetivo de proporcionar mais oferta de lugares em horários de maior movimento, a CPTM inseriu trens vazios a partir de estações intermediárias e o serviço “Expresso Linha 10”, para passageiros que embarcam em Santo André e São Caetano fazerem diretas, e assim desafogar os trens. São 16 ao dia, sendo na parte da manhã das 6h às 9h30, e à tarde, 16h às 19h30. “O Expresso devia ir pelo menos até Mauá, onde a maioria dos passageiros desce do trem”, acrescentou Messias.
Para os que moram próximos das primeiras estações, como é o caso da estudante Thais Milliano, 23, moradora de Rio Grande da Serra, o problema não é menor. “Tem dias que o trem demora 1h10 para fazer o percurso, sendo que o estipulado é 50 minutos. Reduzem muito a velocidade entre Rio Grande e Mauá e em dias de calor é literalmente um inferno, todos ficam amontoados”, disse.
A estudante reitera ainda que os oito trens novos, introduzidos na Linha 10 este ano, são piores, pois o tamanho da composição é menor. “Além de amontoar ainda mais as pessoas, no horário que pego, às 17h, o número de vendedores ambulantes triplica e a situação fica ainda pior”.
Em nota, a CPTM informou que é uma tarefa diária serviços de manutenção dos trens e revisões como truques e motores de tração, onde os equipamentos são reformados para condições de novos com mais um ciclo de vida. Informa ainda que em 2013, a frota era de 17 composições e agora em 2018, conta com 19, sendo 8 da série 7.500, fabricados em 2010 de tecnologia moderna e ar condicionado para atender a demanda.