Os candidatos que disputam o Governo do Estado de São Paulo não são específicos nas propostas sobre a saúde para o ABC. Os dois foram indagados pelo RD com duas perguntas. Márcio França (PSB) não se comprometeu com questões importantes, como socorrer os hospitais Dr. Radamés Nardini, em Mauá, e Hospital Público de Diadema, instituições que passam por graves problemas relacionados à demanda de pacientes e aos recursos necessários para manter o atendimento, porém, assinala a possibilidade de abrir os AMEs (ambulatórios médicos de especialidades) aos sábados e domingos. João Doria (PSDB) não respondeu.
O professor Antero Matias, coordenador do curso de Gestão Hospitalar da Universidade Metodista, afirma que os candidatos não foram específicos para evitar polêmicas. “Foram genéricos para errarem menos”, aponta. Segundo Matias, França leva pequena vantagem. “A proposta dele tem amplitude maior, é mais holística do ponto de vista da atribuição do governador, do que a de João Doria, que prevê mais terceirizações para tocar os programas que ele cita e que já aplicou na Capital”.
Para o professor a proposta de João Doria, de integrar as redes do Estado com as das santas casas e hospitais filantrópicos, é difícil, pois cada um tem seu sistema e atendimentos nos municípios. “Mas não é impossível”, pondera. Matias analisa que a ideia de ambos de trabalhar em conjunto com estas instituições médicas é positiva.
1 – Qual a proposta quanto à descentralização da distribuição de remédios?
Márcio França – A descentralização na distribuição de medicamentos é um compromisso da nossa gestão. Vamos ampliar o diálogo com o Consórcio Intermunicipal para definirmos em conjunto os locais e quais municípios desejam implantar as unidades descentralizadas, oferecendo assim uma entrega de medicamentos de alto custo mais próxima das residências dos cidadãos. Com a medida conjunta, e a partir desta articulação com os municípios do ABC, definiremos tecnicamente os locais para implantação deste projeto de modo ágil e efetivo para evitar deslocamentos.
João Doria – Não respondeu.
2- Considera aumentar os repasses para os hospitais Nardini e de Diadema?
Márcio França – O Governo do Estado faz aporte importante na região e pretende fortalecer as parcerias com as santas casas, hospitais filantrópicos e unidades municipais que realizam atendimentos SUS para a população. Precisamos discutir com o Consórcio medidas que possam auxiliar e aprimorar a gestão destas unidades. É fundamental que o sistema atue em redes, diminuindo grandes deslocamentos. A abertura dos AMEs aos sábados e domingos, em Mauá e Santo André, trará contribuição importante para a região ao desafogar estas unidades com relação a consultas, exames e pequenas e médias cirurgias. Entre as nossas propostas está também a implantação de novos AMEs em grandes cidades do Estado.
João Doria – Não respondeu.
Candidatos fazem promessas para saúde
O candidato João Dória prega o gerenciamento de dados clínicos, a telemedicina e a gestão do acesso, com os hospitais próprios do Estado, os geridos pelas OSSs e as Santas Casas conveniadas trabalhando em rede. Ele pretende apoiar os municípios para reproduzirem os programas da gestão tucana no município paulistano como o Corujão da Saúde (exames e cirurgias), programa Dr. Saúde de Carretas, Programa Remédio Rápido, Projeto Redenção, Bem Estar Animal e Saúde do Idoso. Doria quer ainda incrementar as ações nos Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMES) e melhoria dos programas já existentes no Estado, tais como Dose Certa, Farmácias de Alto Custo, FURP e os Institutos (Butantan, Pasteur, Adolfo Lutz, da Saúde e outros).
O governador promete implantar o Cartão SUS em São Paulo para 100% da população; valorizar os profissionais com programas de capacitação permanente e salários dignos; atuar em parceria com a União para ampliar o número de médicos e profissionais de saúde. Também prega organizar a rede estadual de prevenção e tratamento dos pacientes com DST/AIDS e hepatites. Ampliar a rede especializada de internação para tratamento de dependentes químicos. Também fala em expandir o Programa de Saúde da Família, agentes comunitários de saúde e outras ações de prevenção à saúde. Outras propostas: ampliar a rede de saúde mental; construir novos hospitais; apoiar o atendimento nos hospitais filantrópicos e manter as Santas Casas de Misericórdia; em parceria com os municípios, construir e reformar UBS’s – Unidades Básicas de Saúde e Centros de Atenção Psicossocial (CAPS); modernizar os hospitais do Estado de São Paulo; construir novos centros médicos especializados; regionalizar os serviços de atendimento à saúde da mulher e revisão do Código Sanitário Estadual.