A crise econômica deixou pelo menos 13 milhões de desempregados no Brasil, conforme registrou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conquistar vaga neste cenário é tarefa árdua desafiadora para quem está em casa. Investir na qualificação profissional, com cursos de idiomas, técnico, tecnólogo e graduação, é a recomendação dos profissionais da área de recursos humanos. Quem segue esse caminho diz que foi mais fácil.
Vinicius Tavares, 25, morador de Mauá, não perdeu tempo para conquistar vaga. Em 2004, ingressou na escola de idiomas Wizard, para estudar inglês e garantir o primeiro emprego. Com cinco anos de curso, a direção o convidou para ser monitor e depois professor. “Foi meu primeiro emprego e consegui por ter me esforçado”, acredita.
Ao final de 2014, frustrado com a graduação em Comércio Exterior, Tavares foi ministrar aulas de inglês particulares e em unidades de ensino, e após isso ingressou numa pós-graduação. “Passei por várias empresas, trabalhei com implementação de programas bilíngues e, atualmente, graças ao curso de idiomas, sou assessor pedagógico da International School”, orgulha-se.
O vice-presidente de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Recursos Humanos, a ABRH-Brasil explica que a formação em cursos pode aumentar as chances de emprego, uma vez que a redução de oportunidades por conta da crise resultou em aumento de 30% na competitividade. “Com o número de vagas reduzido, as empresas passaram a cobrar inovação continua e candidatos preparados, com diferencial, garantem a vaga”, afirmou.
João Pedro Andrade, 31 anos, assessor de imprensa e morador de São Caetano, é formado em Rádio e Televisão. Aos 28 anos, investiu na segunda graduação para incrementar o currículo e aumentar as chances de emprego. “Tinha dificuldade em conseguir emprego na área, e quando encontrava quase sempre me achava infeliz”, conta Andrade, hoje jornalista. “Me senti mais seguro e maduro para tomar a decisão. Agora atuo na área e coloco em prática muita coisa que a faculdade ensinou”, acrescenta.
Filtro – Na visão de Luiz Edmundo, o preparo dos candidatos é fator principal no filtro das empresas. “O ser humano funciona como esponja, quanto mais estuda, mais absorve e, assim, se destaca na seleção das empresas em momento de crise”, afirma.
É o caso da técnica de manutenção, projetos e obras, da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), Letícia de Almeida
Santos, 22, de Rio Grande da Serra, que conquistou vaga com curso técnico de manutenção metroferroviária do Senai. A jovem ingressou por meio de concurso público, mas foram as aulas de elétrica, mecânica e ferrovia, além de português e matemática, que a empurraram. “Foi um curso bem completo, pude aprender sobre manutenção ferroviária, como funciona a sinalização, rede aérea etc, e que fizeram com que eu entendesse no que iria trabalhar”, conta. Foi o segundo curso técnico de Letícia, depois de plásticos, também no Senai. “Hoje continuo empregada, como controladora de serviços de manutenção e manobras elétricas, totalmente realizada”, comemora.