Eleito sem ter feito muito material de campanha – diz que fez apenas 20 bandeiras e 100 adesivos perfurados para carro – o coronel Paulo Nishikawa (PSL), de 69 anos, entrou bem em cima da linha de corte; obteve 23.094 sufrágios e o coeficiente foi 22.400. O único deputado estadual eleito pelo PSL de Jair Bolsonaro, no ABC, ele levanta, como os demais colegas de partido a bandeira da segurança pública, da moralidade e da liberação da economia. “Para mim não foi surpresa porque temos um trabalho profícuo na região. Eu tinha esperança (de ser eleito) desde o início, quando entramos, porque a gente tem trabalho com colegas espalhados pelo estado todo”, comentou o coronel no RDTv, ao ser entrevistado pelos jornalistas Carlos Carvalho e Leandro Amaral. “Enxergar um futuro melhor para os nossos filhos e os nossos netos, e esse foi o motivo para o qual entrei para a política”, destacou.
Outro projeto de Nishikawa é o que visa trazer para o ABC o serviço de radio-patrulhamento aéreo da PM, que tem apenas uma base na Capital. “Temos que nos unir para trazer para cá num consenso. Eu sempre defendi a integração das polícias, das Guardas Civis e agentes penitenciários, pois a pessoa que está vulnerável e precisa ser ajudado, não vê cor da farda”.
O deputado estadual eleito comentou ainda o aumento dos casos de estupro na região do ABC no mês passado, em 22,27%. Ele considera que a situação tem que melhorar a partir da Educação. “Isso é cultural, tem ser resolvido desde a escola; tem que ter educação fazer com que essas delegacias efetivamente funcionem, pois nem sempre as queixas ou a investigação são levadas adiante”. Ele também falou sobre a assistência jurídica para os policias militares se defenderem em processos. “É justo porque eles estão a serviço do estado”.
Para ele a lei penal também precisa ser alterada, para endurecer a pena dos detentos. Essa questão tem que ser tratada na esfera federal, mas ele espera contribuir com o debate. “A lei penal tem que ter alteração, se adequar ao nosso tempo. Não adianta ficar remendando, tem que ser refeita. A Lei das Execuções Penais também precisa mudar, acabar com a progressão de pena. Ou o presidiário cumpre a o que foi apenado ou não se dá pena nenhuma. Hoje um preso cumpre um terço e já vai para a rua. Tem que ter oficinas de trabalho para todos, os presos. Ele vai ter que pagar a comida, pois se for educado ele vai ter uma profissão quando sair. Se ele for reeducado ele vai ter emprego e uma profissão. O que foi preso roubando porque não tinha emprego, vai ter emprego”.
Não é apenas na área da segurança que Nishikawa tem experiência, ele já trabalhou nas subprefeituras de Vila Formosa e Sé, na gestão do prefeito paulistano Gilberto Kassab (PSD). “Apesar de estar debutando como deputado estadual, a gente tem uma certa experiência, fui chefe de gabinete em duas subprefeituras, Vila Formosa e Sé. Muito trabalho eu não tinha folga ali. Isso me deu uma experiência muito grande. Representava o prefeito toda hora”, destacou. Por último Nishikawa falou sobre um problema crônico do ABC, que afeta principalmente os moradores de São Caetano, os ataques a motoristas que trafegam pela avenida Almirante Delamare, na divisa com a Capital. “Vai ter que ter policiais constantemente, e acolher a população moradora de lá. Tem que começar a dar trabalho e educação para mudar”, concluiu.