Recém derrotado na disputa presidencial, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin teve seu nome na berlinda dos prefeitos tucanos do ABC. Nesta terça-feira (9), o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), sugeriu a saída do médico da presidência do PSDB Nacional. Os prefeitos de Santo André, Paulo Serra, e de São Caetano, José Auricchio Júnior (ambos do PSDB), defenderam a presença do mandatário do partido.
Morando sugeriu a antecipação da eleição interna do partido para que houvesse a troca do comando nacional. Alckmin foi eleito como presidente do PSDB Nacional em dezembro do ano passado e o mandato tem a duração de dois anos. Um dos principais aliados do candidato a governador João Doria (PSDB), o chefe do Executivo são-bernardense defendeu que o partido faça uma autocrítica sobre os últimos anos, pois considera que o tucanato “vem errando de 2016 para cá de maneira violenta”.
“É preciso que o partido seja recriado, e, naturalmente, que se troque seu comando, antecipando a eleição. Há a aminha e outras vozes descontentes com a direção que o partido tem tomado, e, se a gente olhar quem compõe hoje a executiva nacional, a maior parte deles foi derrotada na eleição de domingo”, disse Morando.
No final da tarde desta terça, Serra e Auricchio emitiram uma nota oficial conjunta defendendo Alckmin de todas as críticas e considerando que “apenas 48 horas do resultado das eleições, não é o momento de acharmos culpados, e muito menos, expor negativamente em praça pública nossos principais líderes”.
Sem citar Orlando Morando, os dois prefeitos consideram que “a história fará justiça” em relação a Alckmin. “E justamente por não acreditarmos em extremismos e soluções simples para problemas complexos, é que defendemos a permanência de Geraldo Alckmin na Presidência Nacional do PSDB, para que, internamente, com sua experiência possamos fazer nossa autocrítica e, unidos, oferecemos novamente ao Brasil uma alternativa exitosa de boas práticas em políticas públicas”.
Alckmin acabou as eleições em quarto lugar com 4,76%. O tucano conseguiu no Brasil um pouco mais de 5 milhões de votos, a pior votação de um candidato à Presidência do PSDB. Até então o recorde negativo tinha sido de Mário Covas (morto em 2001) que em 1989 acabou em terceiro lugar com 11,51%, com 11,1 milhões de votos.
Em São Paulo, Estado em que esteve no Palácio dos Bandeirantes por mais de duas décadas, Alckmin acabou em quarto lugar com 2,2 milhões de votos, 10,1 milhões de votos a menos que o líder entre os eleitores paulistas, Jair Bolsonaro (PSL). Além disso, ficou atrás de Fernando Haddad (PT) que teve 3,8 milhões e de Ciro Gomes (PDT) que teve 2,6 milhões de votos.