O deputado federal reeleito, Alex Manente (PPS) disse nesta segunda-feira (08/10), pouco mais de 24 horas após o fim da votação, que o recado das urnas é que o eleitor não aceita mais a velha política. Segundo ele as redes sociais mudaram o panorama das eleições, reduziram a campanha com santinhos, bandeiras e placas, mas por outro lado reduziram o papel do cabo eleitoral, que ele considera importante.
“Dentro de pouco tempo as pessoas estarão acompanhando mais a Câmara Federal não tanto pelo Jornal Nacional, mas mais pela rede social”, analisou. “O efeito Bolsonaro afetou, e muito, o resultado dos candidatos regionais. Se tivesse sido aprovado o voto distrital, a questão nacional estava colocada, mas as regionais também”. O socialista também disse que o PPS vai trabalhar pela reeleição de Márcio França ao governo do estado e ele próprio vai participar diretamente na campanha. “Eu assumirei qualquer posição (na campanha)”, destacou, no RDtv.
Manente fez uma análise da sua votação, 127 mil votos, sendo 100 mil só no ABC. “Por um lado a população não aceita mais ver praguinha, adesivos e placas, ela quer saber de onde vem o dinheiro. Não é mais essa estrutura da campanha antiga que atrai o eleitor. De outro lado a gente perdeu também a regionalidade, porque a campanha ficou mais pautada nas questões nacionais”, disse ao citar nomes como Eduardo Bolsonaro (PSL), que só em São Bernardo, domicílio eleitoral de Manente, conseguiu 32.099 votos.
Para Alex Manente o cenário das eleições para deputados mudou quando Jair Bolsonaro (PSL) pediu votos nos candidatos do partido para que ele tivesse a representatividade necessária no Congresso. “O eleitor seguiu e os resultados são superiores aos de partidos históricos, como o PSDB”.
Manente disse que vai trabalhar pela mudança do sistema de segurança. “Eu vou defender firmemente a relação Segurança e custo do Estado, sistema carcerário tem que ser pago por ele mesmo. É preciso pensar uma nova forma de organização do país senão a Saúde e outras áreas não vão melhorar”. Sobre a posição do PPS em relação as duas disputas, presidencial e a estadual, o deputado federal disse que a sigla deve se posicionar nesta terça-feira (09/10).
“O partido tem dos caminhos, ou apoia o Bolsonaro ou fica neutro, não dá é para apoiar o PT. A prioridade é trabalhar muito para o Márcio França ganhar o governo do estado. Não haverá mais os acordos para ter governabilidade, esses acordos são repudiados, o partido que não entender isso vai acabar. Na minha opinião o PSDB se valeu do anti-PT, agora as pessoas vem que PT e PSDB não são tão diferentes”.
Sobre a dobrada vitoriosa com Thiago Auricchio (PR), filho do prefeito de São Caetano, José Auricchio Jr (PSDB), Alex disse que ela trará bons frutos para a região. “Estou muito animado com o potencial de trabalho que o Thiago terá. Só tenho a agradecer. Pela primeira vez o ABC tem uma dobrada eleita”.
Sobre a eleição de Carla Morando (PSDB) para a Assembleia Legislativa e a derrota de Marcelo Lima (PSD), a chapa apoiada pelo prefeito de São Bernardo e adversário político de Alex, Orlando Morando (PSDB), o deputado reeleito disse que o resultado foi como uma avaliação do governo municipal. “Eram as maiores campanhas de São Bernardo, com 20 vereadores apoiando, era o maior grupo político da cidade, com uma campanha estruturada. Isso reflete o sentimento das pessoas em relação ao governo.
A eleição de federal foi a pior que o governo da cidade já apoiou. Mesmo a eleição da Carla, foi bem abaixo (da expectativa). É um recado para o governo, para a política tradicional, e o Orlando é um político tradicional”. Alex Manente disse que vai continuar encaminhando verbas para São Bernardo. “A minha obrigação é indicar emendas para o ABC. Continuarei mandando para São Bernardo, e estarei a disposição como sempre estive independente de quem governa”, finalizou.
Veja também a entrevista no Facebook: