A melhor terceira melhor data de vendas para o varejo, Dia das Crianças (12 de outubro), não será dessa vez tão próspera para os lojistas. A Pesquisa de Intenção de Compra (PIC), feita com 430 consumidores em setembro, pelo Observatório Econômico da Universidade Metodista, aponta para uma queda de 22% no preço médio do presente que os pesquisados pretendem comprar em relação ao ano passado. Com o resultado, as vendas devem movimentar R$ 71 milhões no caixa dos comerciantes.
A intenção do consumidor é alegrar a meninada com produtos em torno de R$ 120. Pela ordem, filhos, sobrinhos e primos estão na lista de lembranças, por isso o gasto médio – com vários presentes – chegará a R$ 203, contra R$ 257 em comparação com 2017. Portanto, uma queda real de 24% no tíquete médio coletivo. A mesma baixa de 24% deve ocorrer com a movimentação comercial das sete cidades da região para a data, que deve atingir R$ 71 milhões.
Para os meninos, os presentes mais procurados deverão ser vestuários/calçados (12%), seguidos por carro/moto/avião de controle remoto (11%), carro/moto de brinquedo (11%), bola (10%), jogos educativos (9%) e bicicleta (7%). Já para as meninas os presentes de maior interesse são boneca (29%), vestuários/calçados (13%), maquiagem (9%), jogos educativos e livros (5%). Os shoppings lideram, com 38%, os locais preferidos para comprar o presente (38%), seguido pelas lojas dos centros (31%), internet (14%) e comércio de bairro (5%). A redução de 5 pontos percentuais no comércio de bairro pode ser explicada pelo incremento das compras por meio eletrônico, segundo a PIC.
Chama atenção na pesquisa o aumento de 43% na preferência para pagar com cartão de crédito contra 33% no ano passado. “Isso pode estar relacionado com a expectativa do 13° salário”, acredita o professor e economista Moisés Pais dos Santos, pesquisador do Observatório.
O professor atribui a disposição para compras de presentes com preço mais baixo ao cenário econômico e político neste momento, puxado pelo desemprego, projeções do PIB 2019 do Banco Central e o cenário eleitoral, bastante polarizado. “São situações que contribuem para o consumidor ficar preocupado com o que vai acontecer nos próximos meses”, comenta.
Natal
Santos ressalta, porém, que os lojistas e as crianças não têm motivos para ficar tristes. O primeiro grupo conta com a proximidade do Natal; a entrada do 13° salário no bolso de muitos consumidores em novembro e dezembro; e economia no uso do cartão de crédito para não comprometer as compras do fim do ano. “Para as crianças, a lembrancinha será compensada com um presente melhor em dezembro”, diz o pesquisador, otimista com a retomada da economia após as eleições.
A Pesquisa de Intenção de Compra é um trabalho coordenado pelo Curso de Ciências Econômicas com o objetivo de auxiliar os lojistas no direcionamento de ações de marketing e planejamento de vendas durante as datas especiais. Apurado nas sete cidades da região, o levantamento está disponível para consulta no portal da Metodista – http://portal.metodista.br/observatorio-economico