Em visita a fábrica da GM (General Motors), em São Caetano, nesta terça-feira (2), o candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) defendeu o projeto de reindustrialização para o Brasil. Além disso, o pedetista mudou o discurso em relação as pesquisas eleitorais e questionou os institutos. Apesar do tom amistoso, o presidenciável voltou a provocar um de seus adversários, Jair Bolsonaro (PSL).
Ciro visitou a fábrica da GM a convite do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano que realizou uma assembleia para saber se aceitavam ou não o acordo com empresa em relação a PLR (Participação de Lucros e Resultados). Durante o encontro, o candidato criticou a desindustrialização do País desde a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
“Só do desmantelo do governo Dilma até hoje com o governo do Michel Temer (MDB) já fecharam 13 mil indústrias, 4 mil delas em São Paulo, e isso por que? Porque temos uma taxa de câmbio administrada de forma errada, temos uma taxa de juros absolutamente criminosa, uma infraestrutura extremamente hostil para a competitividade da economia brasileira e um sistema tributário incompreensível para quem produz e trabalha, tudo isso tem resposta no meu projeto”, falou.
Segundo estudo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgado nesta terça, a produção industrial no Brasil caiu pelo segundo mês consecutivo, algo que não ocorria desde 2015. A pesquisa aponta que houve uma queda de 0,3% em agosto comparado com a produção realizada em julho. Dos 26 setores avaliados, 14 apresentaram números negativos. Em relação ao setor automobilístico, houve aumento de 4,2%.
Pesquisas e debates
Quando questionado sobre os resultados das pesquisas eleitorais que ainda o mantém em terceiro lugar, com uma média de 10 pontos percentuais de diferença para o segundo colocado, Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes resolveu adotar um discurso diferente sobre os estudos, chegando a questionar as empresas que realizam tal ação.
“Agora, o que eu tenho para dizer para o povo brasileiro? Primeiro, esse é um país que as coisas se esculhambaram tanto que até se compra e se vende deputado. Será que em um país onde temos notícias de compras e vendas de deputados, será que os institutos de pesquisas estão livres desta situação que se generalizou no país? Vamos pensar um pouco, ou como diz o Álvaro Dias, vamos abrir o olho”, disse o candidato.
“Segundo, é muito importante para uma sociedade amadurecida e machucada como a nossa que nenhum de nós eleitores entregamos todos os dias aos institutos de pesquisa o nosso destino. O voto é aquilo que vai decidir o futuro da nossa gente, da nossa família, do nosso país. Neste momento o país está rachado em bandas e a esmagadora maioria da população brasileira está procurando um caminho para nos permitir sair disso, da intolerância, da violência, da cultura de ódio que inclusive interrompe a palavra dos outros quando você responde com respeito. Bolsonaro eu vou te pegar para tirar sua mascara e falar para esses fascistas que estão infernizando o Brasil”, completou.
Sobre a expectativa do debate que será realizado na próxima quinta-feira (4), na TV Globo, o pedetista apenas disse que espera que todos os candidatos estejam presentes. “Dizem que haverá 30 ou 40 milhões de brasileiros atentos. Quem não for lá é porque tem muita coisa escondida e que não quer ser revelada”, concluiu.