Em entrevista ao RDtv, os candidatos a deputado estadual, Pedro Teruji (Psol) e Fabíola Cardi (Pros), mostraram muita preocupação com a violência contra a mulher e o pequeno número de DDMs (Delegacia de Defesa da Mulher). O Repórter Diário mostrou que de janeiro a julho do ano passado, comparado com o mesmo período deste ano, o número de estupros no ABC, aumentou 22,27%.
Os dois entrevistados mostram engajamento com a política há anos, mas são candidatos pela primeira vez, sendo Teruji por São Caetano e Fabiana, com domicílio eleitoral em Santo André. Ele é advogado e bacharel em filosofia e trabalha dando aula em universidades, e ela é cirurgiã dentista e tem consultório na Vila Luzita.
Fabíola disse que a mulher sofre preconceito e é alvo de assédio e agressões. Segundo ela as mulheres separadas sofrem ainda mais. “Nós somos discriminadas; a mulher divorciada é vista como uma mulher que não presta e tem certa vulnerabilidade. Tive dissabor de ter que ir na delegacia da mulher; encontrei uma em Santo André e era uma delegacia fria, não fomos acolhidas, fiquei quatro horas para registrar a minha queixa. O pior é que o réu não respeita a medida protetiva e não tem ninguém para fiscalizar”, destacou a candidata que disse que essa será uma bandeira do seu mandato. “Não sou feminista, apenas levanto a bandeira de mulheres trabalhadoras”, destacou.
Teruji também demonstrou preocupação com a causa das mulheres. “O estado tem esse problema da Delegacia da Mulher, tem que aumentar o número, mas isso tem que vir acompanhado de casas de acolhimento, não só para atender as mulheres vítimas de violência, mas para atender o público LGBT e também questões de aborto. Também quero implantar o projeto Coruja, da nossa companheira Marieli, de colocar para funcionar escolas e creches à noturnas, porque tem muitas mães que trabalham à noite”. O candidato do Psol disse que a falta de delegacias especializadas em atender as mulheres, é apenas mais um aspecto do que chamou de sucateamento da Polícia Civil. “Está saindo mais gente do que está entrando”, comenta. “Eu quero trazer o projeto do telefone 180 para a denúncia da violência e não apenas contra a mulher, mas contra, crianças, idosos e os vulneráveis”.
Outra proposta de Teruji é a construção de hospitais veterinários públicos, como o que São Bernardo está fazendo. A região precisa ter pelo menos três hospitais. Tem pessoas que não tem condições de pagar pelo tratamento e é importante ter o hospital veterinário”.
Fabíola Cardi destacou que não pretende deixar a sua profissão de dentista e que vai conciliar as duas atividades, se for eleita. ”Viemos à política, não para ganhar dinheiro, eu não vou sugar da máquina, vou continuar na minha profissão, que é meu ganha pão”, destacou.