A Câmara de São Caetano aprovou um projeto substitutivo que fez mudanças na conhecida, e polêmica, taxa do lixo. A nova proposta tenta evitar os aumentos que chegaram a 270% para uma série de moradores. Mas a questão é que a propositura, desde o final do ano passado, virou a grande prova de que a população, neste caso, não é ouvida nas propostas que mais mudam a sua vida.
É nítido que os municípios precisam de verba para a prestação dos serviços públicos. Porém também é evidente que, no momento em que as medidas impopulares são tomadas, o povo é o último a saber. Vamos lembrar que, neste caso da taxa do lixo, a aprovação ocorreu em sessões extraordinárias próximas do Natal, num momento em que a população não estava mais focada nas movimentações da Câmara.
A resposta dada neste ano mostra que o governo local e os vereadores erraram ao não prestar contas sobre o que ocorre. Faltou transparência em relação. Ficou claro que o povo de São Caetano estava contra uma proposta que aumentava um tributo com um percentual mínimo muito maior que a inflação.
Os menores aumentos foram de 27% sendo que a inflação não atingiu a casa dos 3%. Será que isso foi verificado ou estudado por aqueles que têm o poder de aprovar tal situação? Algo parecido aconteceu em Santo André quando a Planta Genérica de Valores (PGV) foi atualizada, mas sem a verificação das consequências no IPTU, fato que fez com que o governo tivesse de voltar atrás na aplicação do reajuste.
Mais uma vez tem-se a prova de que, mesmo em um momento em que o brasileiro está mais interessado no que ocorre na política, cada vez mais as movimentações são realizadas para que a população não tenha as informações de pronto. Algo que apenas protege os políticos de protestos e da responsabilidade de dar algum tipo de satisfação para quem paga os seus salários.