O professor André Sapanos, candidato a deputado estadual pelo PSOL, garante que, se eleito, vai trabalhar na organização popular e apoiar os movimentos sociais populares. “Vai ser um mandato muito popular, quanto tiver uma ocupação de escola ou uma manifestação contra o aumento das passagens, podem ter certeza que o deputado vai estar lá. A gente vai botar medo mesmo, eles (políticos) têm que sentir a pressão popular”, destacou. Sapanos concedeu entrevista ao jornalista Carlos Carvalho, do RDTv.
Tentando pela segunda vez uma vaga na Assembleia Legislativa, o professor de 31 anos diz que pretende defender a Educação e a pauta do movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros). “Sou candidato para defender a pauta de educação e a pauta LGBT. Sou o único candidato assumidamente gay, porque não tem que ter medo de assumir quem realmente é. Vou defender os professores, os estudantes e quem quer uma educação pública de qualidade”, disse sobre os motivos que o levaram a pleitear o cargo.
Com domicílio eleitoral em Mauá, Sapanos comentou a crise da prefeitura e disse que após o afastamento e prisão do prefeito Atila Jacomussi (PSB) e agora com seu retorno ao Paço, a população ficará mais atenta. “Vamos continuar fazendo a denúncia, de que o presidente da Câmara (Admir Jacomussi), não fiscaliza o filho. Se ele fosse de coragem, revogava a lei contra o decreto de calamidade pública, pela vice Alaíde Damo, que abriu brecha para contratações, beneficiando empresas, ligadas ao governo. Muitas pessoas foram enganadas por um plano de governo que não poderia ser executado, vários candidatos disseram isso quando o Atila propôs, agora a gente tá vendo o resultado aí. A população também tem que parar de vender seu voto por cesta básica, por vaga no filho na escola, porque isso são direitos, quem obtém benefícios individuais é tão corrupto quando quem pratica”.
Apesar dos efeitos do decreto assinado por Alaíde, Sapanos sustenta que ele mostrou a situação financeira da cidade. “Agora tudo vai parecer mil maravilhas em Mauá, o Atila volta como bom samaritano, que vai executar o plano de governo e deixar a cidade mais endividada e terá aumento de impostos. A Alaíde fez certo de decretar, foi um benefício às contas públicas e o Atila tinha que dar continuidade à transparência, mostrar como ele vai fazer com a dívida e manter a cidade”.
Como proposta o candidato do Psol diz que vai trabalhar por redução do número de alunos, visando um ensino melhor. “Vou ser um ferrenho combate à corrupção, inclusive se for o nosso governo, porque queremos eleger a professora Lisete Arelaro, governadora. Trabalhar pela redução do número de alunos, para melhorar a qualidade da aula, só falta regularizar essa lei se efetive de fato. Na questão salarial, foi preciso entrar na justiça porque governo não quis gastar 30% na educação, tivemos que entrar com ação para usar isso na educação pública. Os professores estão há mais de 3 anos sem reajuste, acumulando 75,33% de defasagem salarial, é por isso que os professores são tão pouco valorizados”.
Outra bandeira é o combate a ‘LGBTfobia’. Sapanos cola na proposta estadual do Psol nacional, de criar uma lista suja, para que todo mundo saiba, qual a empresa que faz isso com os trabalhadores”, disse referindo-se a LGBTfobia, machismo e assédio. “É uma população que precisa ser respeitada. Classificaram a gente como grupo de risco, não podemos doar sangue. Hoje estudos provam mudanças da formação familiar onde mais de 40% das famílias não são mais no padrão, pai, mãe e filho”. Outra proposta de Sapanos é criar os Centros de Referência do Idoso. “Muitos ficam nas praças porque não têm atividade. Seria um espaço de convivência e da saúde do idoso”, conclui.