O senador e candidato a presidente, Álvaro Dias (Podemos), fez longa agenda no ABC nesta terça-feira (11). Durante ato em Ribeirão Pires, o presidenciável questionou a confiabilidade das pesquisas eleitorais que apontam Jair Bolsonaro (PSL) na liderança e considera que a população “não pode trocar a lucidez pela emoção”, em referência a possibilidade de Bolsonaro conseguir um maior apoio após ser vítima de uma facada, na semana passada. Pela manhã o candidato esteve em Diadema e à tarde esteve também em Santo André.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de Bolsonaro crescer na reta final de campanha por causa do ato ocorrido na semana passada, em Minas Gerais, Álvaro Dias relativizou e considera que a decisão sobre o voto no dia 7 de outubro vai passar pela “lucidez e inteligência”. Para o presidenciável, o discurso de ódio e violência “não podem substituir a indignação”.
“Não podemos confundir indignação com ódio, pois isso só vai levar a intolerância, e da intolerância à violência há um espaço muito curto. Isso compromete o processo democrático. O Brasil precisa de gestão competente, de experiência administrativa, de honestidade, de capacidade de comunicação para convencer a sociedade de que os projetos são possíveis e que precisa de coragem para promover as mudanças”, afirmou.
Quando foi indagado sobre as pesquisas eleitorais que o apontam longe da possibilidade de segundo turno, o senador pelo estado do Paraná questionou a chances de os estudos apontarem a realidade do dia 7 de outubro.
“A minha satisfação é que todas as pesquisas das últimas quatro eleições, em agosto, erraram descaradamente. Os que estavam na frente não foram nem para o segundo turno, então tenho essa satisfação, porque sem isso eu teria que desistir, mas será que essas pesquisas me fazem desistir mesmo? Jamais farão. O que me faz desistir é o abando das ruas é caminhar sozinho, mas isso não acontece”, explicou.
A última pesquisa Datafolha, divulga na última segunda-feira (11), aponta Álvaro Dias em sexto lugar com 3% das intenções de voto, empatado com João Amoêdo (Novo) e Henrique Meirelles (MDB). Jair Bolsonaro lidera com 24%, Ciro Gomes (PDT) aparece em segundo com 13% e Marina Silva (Rede) com 11% está em terceiro lugar. Geraldo Alckmin (PSDB) tem 10% e Fernando Haddad (PT) tem 9%. Brancos e nulos tem 15% e não sabem e não responderam apontam 7%.
Em relação ao segundo turno, Ciro vence Alckmin, Marina e Bolsonaro. O candidato do PSL perde em todos os cenários.
(A pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Foram entrevistados 2.804 eleitores em 197 municípios. O levantamento foi feito no dia 10 de setembro e foi registrado no TSE com o código: BR-02376/2018).
Em Diadema, presidenciável diz que vai acabar com o programa “Mais Médicos”
Em Diadema, Álvaro Dias, caminhou pela praça Castelo Branco e avenida Antonio Piranga, acompanhando a área do centro comercial da cidade. Em seu discurso ele destacou a redução da carga tributária e pregou também a reforma do SUS (Sistema Único da Saúde). As mudanças fazem parte de um pacote de 365 medidas que o candidato propõe para o seu primeiro ano de gestão, caso eleito. Uma por dia.
“A reforma tributária tem que ser completa, menos no consumo e mais na renda, é a simplificação. Hoje é difícil pagar impostos, tem que ter uma equipe só para cuidar disso. A reforma é a força motora do nosso desenvolvimento, (o empresariado) vai ter previsibilidade e segurança jurídica para investir, não vai ser tão difícil exportar nem importar. São 365 medidas, uma por dia no primeiro ano, que vão desde o CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) até o combate à corrupção, assim os investimentos vão voltar e a economia vai crescer”, destacou. As mudanças defendidas pelo presidenciável no SUS, implicam na extinção do programa Mais Médicos, criado no governo Lula, para garantir o atendimento nos serviços públicos de saúde. “Temos que revitalizar o SUS com tabela única e com patamar adequado; o problema da saúde não é dinheiro é falta de competência de gestão”, comenta.
Ao falar sobre a atenção básica na área da saúde, como forma de reduzir os custos do serviço público e garantir melhor atendimento, Álvaro Dias propôs o fim do programa federal Mais Médicos, uma das heranças do governo Lula. “Vamos revitalizar o SUS, que é um bom programa, e instituir a carreira do médico federal, para atender nas localidades mais longínquas. Esse programa vai substituir o Mais Médicos, porque esse manda o dinheiro para Cuba, manda muito dinheiro para lá e volta muito pouco para pagar esses médicos que aliás não tiveram seus diplomas revisados. Tem que validar os diplomas e fazer com que os estrangeiros passem em concurso público para médico federal.
Sobre os consórcios intermunicipais, assunto que a região do ABC foi pioneira, com a criação do Consórcio Intermunicipal do ABC, há 28 anos, Dias disse que, se eleito vai fortalecê-los, com a participação ativa do Governo Federal. “Eu acho que a União deve se associar, revitalizá-los, fortalecê-los porque eles maximizam os recursos, os municípios isolados tem menos força. Eu, no Paraná, eu sempre valorizo com minhas emendas. Vamos fortalecer os consórcios e trabalhar com eles”. Enfraquecido, no último ano, o Consórcio do ABC viu sair Diadema, Rio Grande da Serra e perdeu os pagamentos de São Caetano.