Os membros da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das OSS (Organização Social da Saúde), na Assembleia paulista, não esconderam as críticas aos representantes da Fundação do ABC, Luiz Mario Pereira de Souza Gomes, e do Hospital Estadual Mário Covas, Desiré Callegari, durante as oitivas desta terça-feira (4). Uma série de denúncias foram feitas em relação ao equipamento estadual e também em relação ao Hospital de Clínicas Radamés Nardini, em Mauá.
O deputado estadual Carlos Neder (PT) trouxe a denúncia do Sinttaresp (Sindicato dos Tecnólogos, Técnicos e Auxiliares em Radiologia do Estado de São Paulo) que revelou que a empresa Radiologia São Paulo Diagnóstico por Imagem S/S, que venceu o certame para prestar serviços de radiologia no Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, Hospital e Pronto-Socorro Central e Hospital Municipal Universitário (HMU), os dois últimos em São Bernardo, tem como um de seus sócios Claudio Campi de Castro.
Castro é professor na Faculdade de Medicina do ABC e faz parte da curadoria que faz parte da administração do equipamento estadual em Santo André, algo que não é permitido pela lei federal. Segundo Nader, a empresa na qual Campi é sócio atua no Mário Covas desde 2012 e o mesmo contrato foi aditado por sete vezes.
#AoVivo: Presidente da Fundação ABC fala na CPI das Organizações Sociais da Saúde
Posted by Jornal Repórter Diário on Tuesday, September 4, 2018
Ao ser questionado sobre o assunto, Callegari afirmou que tinha sido informado sobre a situação a poucos dias. “Este contrato está sub judice e estamos averiguando, pois isso realmente é uma improbidade (administrativa), mas não sabíamos disso”, explicou o superintendente que considera que não existem outros problemas na unidade.
Radamés Nardini
Quando o assunto foi o contrato entre a Fundação do ABC e a Prefeitura de Mauá, a falta de determinadas informações sobre valores, número de funcionários e de possíveis serviços realizados além dos previstos chamaram a atenção dos deputados estaduais que reclamaram fortemente.
No final da oitiva, ao ser questionado sobre alguns números, o presidente da FUABC, Luiz Mario Pereira Souza Gomes, evitou confirmar valores, pois o relatório sobre a situação da instituição ainda não foi concluído. Apesar da justificativa, os parlamentares não esconderam a irritação. “Se o senhor vem para falar que acha que o número é esse, então é melhor falar que não sabe”, disse o presidente da CPI, Edmir Chedid (DEM).
“Infelizmente não houve a demonstração das informações. Agora foi dado o prazo de sete dias para esses números possam chegar aqui. Temos que verificar esses números prontamente para incluir no relatório”, explicou Neder. A CPI corre contra o tempo, o relatório final deve ser entregue até o próximo dia 17.
Sobre as últimas questões de Mauá, Gomes afirmou que estão formalizando toda a questão da desmobilização da equipe da Fundação e a resolução em torno do futuro da Saúde de Mauá. “Estamos colocando o interesse dos munícipes a frente dos interesses. Queremos resolver isso sem prejudicar a população”, concluiu.