Das sete cidades da região, apenas São Caetano atingiu a meta estipulada pelo Ministério da Educação para o Ensino Fundamental I (1º ao 5º ano) e II (6º ao 9º) e para o ensino Médio (antigo segundo grau). Os números constam do Ideb (Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico), que foi divulgado nesta segunda-feira (03/09), com base em dados de 2017.
O Ideb é calculado através do censo escolar e pelas médias do Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica)divulgadas na última semana. Criado em 2007 o Ideb reúne informações do fluxo escolar e a média de avaliações de Português e Matemática. O índice vai de 0 a 10 e a meta para 2022 é 6,0, que significaria um sistema educacional de qualidade, comparável a países desenvolvidos.
A meta do Ideb 2017 estabelecida para o Ensino Fundamental I foi de 5,5; para o Fundamental II, 5 e para o Ensino Médio, 4,7. São Caetano superou em dois pontos a meta do Fundamental I com a nota de 7,5; em 1,2 a meta do Fundamental II- com 6,2 – e atingiu exatamente a meta para o Ensino Médio, obtendo a melhor nota da região.
Tirando São Caetano, todos os municípios ficaram muito próximos nos índices, obtendo notas acima da meta nos primeiros anos de ensino, ficando bem perto da meta no Fundamental II , mas deixaram a desejar no Ensino Médio. Tirando São Caetano, as demais cidades ficaram com índice entre 3,7 e 4,3.
Diadema é um caso de cidade que ficou acima da meta no Fundamental I e II, mas no Ensino Médio ficou próximo, mas não alcançou a meta. A prefeitura afirmou que dará suporte às escolas que estão abaixo da meta. “Estamos investindo cada vez mais na formação de toda equipe da rede. Paralelo a isso, estamos desenvolvendo atividades que envolvem a participação das famílias que também são extremamente importantes neste processo. Para as escolas que ainda não atingiram a meta, terão o acompanhamento e suporte da equipe de formação, da Secretaria de Educação, para que consigam elevar seus resultados”, ressaltou o secretário de Educação, Cacá Vianna.
Para o professor da USCS (Universidade de São Caetano do Sul), Paulo Sergio Garcia, doutor em políticas públicas em Educação, os dados da região do ABC seguem uma tendência no estado de bons resultados no Fundamental I e II, mas que mostram preocupação com o Ensino Médio. “Daí a proposta de reforma do Médio por conta de novamente termos esse resultado pífio. Temos altas taxas de reprovação, e distorção na relação idade x série e de abandono. Para se ter uma ideia, no ano de 2016, só entre as escolas estaduais, a cada hora um aluno abandonava os estudos”, destaca.
Para o professor esse cenário é o resultado de um conjunto de fatores. “É preciso melhores condições de trabalho, melhor formação dos gestores e investimento em infraestrutura como laboratórios e bibliotecas”. Sobre o caso de São Caetano, Paulo Garcia avalia que a questão socioeconômica é determinante. “A cidade tem uma variável muito interessante; as famílias em tem média 11 anos de estudo, a maior média da região”.
Cidade | Fundamental I | Fundamental II | Ensino Médio |
Santo André | 6,5 | 4,9 | 3,9 |
São Bernardo | 6,9 | 4,9 | 3,9 |
São Caetano | 7,5 | 6,2 | 4,7 |
Diadema | 6,6 | 5,1 | 4,0 |
Mauá | 6,6 | 4,9 | 3,9 |
Ribeirão Pires | 7,0 | 5,4 | 4,3 |
Rio Grande | 6,7 | 5,0 | 3,7 |
Meta | 5,5 | 5,0 | 4,7 |