O Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura, vinculado à USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), apresentou, nesta quarta-feira à tarde no campus Barcelona, a terceira carta com 19 artigos técnicos assinados por professores e alunos dos cursos de graduação e pós-graduação, além de parceiros. Os temas desta edição foram de comércio exterior e complexidade tecnológica das importações até análise setorial de postos de trabalho e desregionalização no ABC.
Lançado em fevereiro deste ano, o Observatório tem como objetivo central a análise de temas regionais em áreas diversas, como atividade econômica; emprego; preços; finanças públicas; gestão organizacional; situação contábil das empresas; empreendedorismo e inovação tecnológica. Um dos parceiros é o Itescs (Instituto de Tecnologia de São Caetano).
As cartas produzidas, que são bimensais, trazem textos mais leves e enxutos que os materiais científicos, segundo o professor e coordenador do Observatório da USCS, Jefferson José da Conceição. Na prática, o instituto visa contribuir para leitura objetiva da realidade econômica do ABC e Grande São Paulo, além de propiciar o aperfeiçoamento das políticas públicas e privadas.
Os dados são levantados por professores de diversas áreas da universidade com auxílio de doutorandos e mestrandos – no mínimo, dois meses os profissionais e acadêmicos ficam debruçados em torno de um tema. A ideia é juntar as informações e dar tratamento analítico, inclusive abordar assuntos da conjuntura econômica atual.
“Antecipamos uma situação de endividamento que alguns dos municípios do ABC enfrentariam ao longo deste ano e até mesmo pelos próximos”, apontou o mestre José Carlos Garé, que atua na equipe de professores técnicos do grupo de Pesquisa do Observatório. Neste caso, a Prefeitura de Mauá, por exemplo, que se encontra em estado de calamidade financeira, conforme decreto publicado pela prefeita em exercício Alaíde Damo (MDB), em 6 de julho deste ano, com validade inicial de 120 dias.
Entre os temas apresentados, a política urbana com espaços públicos e privados de qualidade foi destaque do estudo do arquiteto e professor Enio Moro Junior. “Infelizmente, nossa realidade urbana aponta calçadas que servem de mostruários de materiais de construção”, exemplificou o profissional, ao acrescentar que existem recursos, mas o investimento público é pulverizado e de baixa qualidade e retorno à população – leia-se os serviços de recapeamento asfáltico. “Temos de repensar esse olhar, principalmente por parte dos gestores. Investe-se pouco e mal, precarizando ainda mais a produção do espaço públicoe privado regional”, criticou Moro.
Futuramente, os integrantes dos Observatório de Políticas Públicas pretendem ainda montar um banco de dados.