CNI lança coalizão para reduzir barreiras comerciais

Para enfrentar os prejuízos causados por barreiras comerciais a produtos brasileiros, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) lançou nesta segunda-feira, 6, a Coalizão Empresarial para Facilitação de Comércio e Barreiras (CFB). De acordo com cálculos da Fundação Getulio Vargas (FGV) apresentados pela CNI, o País deixa de vender cerca de 14% do volume de exportações por ano por causa de barreiras técnicas e fitossanitárias, o que corresponde a perdas de cerca de US$ 30,5 bilhões.

A modernização das regras de comércio exterior é o principal objetivo da coalizão, afirmou o diretor de desenvolvimento industrial da CNI, Carlos Eduardo Abijaodi. “As barreiras aumentam e tornam-se mais sofisticadas a cada dia”, declarou o executivo. “Um levantamento mostra que o setor privado pode ser afetado por ao menos 16 tipos diferentes de barreiras comerciais e essa diversidade alcança a competência de diferentes órgãos brasileiros”, explicou. “A coordenação entre órgãos governamentais é fundamental.”

Newsletter RD

Entre os tipos de dificuldades enfrentadas pelos exportadores brasileiros, Abijaodi citou a “burocracia alfandegária e aduaneira” como um dos principais entraves às exportações brasileiras. “A desburocratização e modernização deverá estimular mudanças para reduzir o tempo e o custo para embarque de produtos ao exterior”, disse o presidente da CNI.

A CNI verificou, por meio de estudo, que os “atrasos decorrentes da burocracia aduaneira aumentam em cerca de 13% os custos de exportação e em 14% os de importação no Brasil”. A ampliação e implementação completa do Portal Único de Comércio Exterior é uma das propostas defendidas pela CNI, que poderia ampliar a corrente de comércio brasileira dos atuais US$ 180 bilhões para US$ 250, afirma a entidade.

O fortalecimento do programa Operador Econômico Autorizado (OEA) é outra prioridade a ser defendida pela Coalizão. De acordo com a CNI, enquanto a importação de uma empresa registrada no OEA levou em média 3,8 horas para ser desembaraçada na aduana em 2017, as empresas que não possuem o registro levam em média 36,2 horas.

No evento, a Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), a Aliança Global para Facilitação do Comércio (GAFT, na sigla em inglês) e o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) assinaram um memorando de entendimento para a facilitação do comércio.

O ministro da pasta, Marcos Jorge de Lima, celebrou a assinatura do acordo e os efeitos esperados para os ganhos de competitividade das exportações brasileiras. “É um projeto de enorme relevância para a competitividade do comércio exterior brasileiro, para simplificar todos os processos de importação e exportação”, declarou. “O objetivo é reduzir em 40% o tempo necessário para importação e exportação, estimulando o crescimento do intercambio comercial com o mundo”, disse o ministro.

Também será feito intercâmbio com outros países, explicou Marcos Jorge. “Nosso objetivo é difundir a cultura de exportação em toda a atuação do governo brasileiro sobre comércio exterior”, comentou. “Num segundo momento, esta experiência adquirida pelo Brasil será compartilhada com outros países em desenvolvimento.”

Receba notícias do ABC diariamente em seu telefone.
Envie a mensagem “receber” via WhatsApp para o número 11 99927-5496.

Compartilhar nas redes