Com a graça de Deus iniciamos mais um mês, que desejamos nos traga muitas bênçãos. Mês de agosto, mês das vocações que nos faz pensar, sobretudo, em nossos jovens. Como descobrir minha vocação? Esta é uma pergunta que todo jovem se faz. Saber qual é a nossa missão na vida é questão decisiva.
Mas o que é vocação? É um encontro que nos proporciona uma inspiração básica capaz de nos sustentar por toda a vida. É uma escolha definitiva! Mas muitos perguntam: será que ao tomar uma decisão definitiva não estou comprometendo minha liberdade e me amarrando com as próprias mãos? É preciso ter presente que nossa liberdade nos foi dada justamente para tomarmos decisões, elas determinam nossa vida. Temos que decidir! Quando o jovem não decide corre o risco de ficar uma eterna criança, um adulto imaturo.
Ninguém perde a liberdade por tomar uma decisão por toda a vida. Na verdade a vida só vale a pena se tivermos coragem de nos doarmos, se aceitarmos a aventura de caminhar nos caminhos de Deus, o qual nunca nos deixará sozinhos. Todo jovem lá no fundo de seu coração, sente entusiasmo por fazer algo de grandioso para dar um verdadeiro sentido à sua vida.
Conhecemos uma jovem que encontrou sua vocação e nela se aventurou entregando-se totalmente a Deus: Maria. Ela deu três passos que na verdade toda vocação autêntica deve dar: 1) Ter condições para realizar o que Deus pede: “Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo” (Lc 1,30); 2) Ter consciência da grandeza do chamado e sentir medo: “Não temas Maria, pois encontraste graça diante de Deus (Lc 1,30); Querer e decidir dizer sim: “Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38).
Não devemos ter receio quando sentimos o chamado de Deus. Ele sempre escolhe os que Ele quer e depois os capacita. Uma coisa é certa, Deus não chama sem conceder as condições necessárias. “A vocação é assim: uma intervenção imperativa de Deus convocando a pessoa. E a resposta deve ser pronta” (Lema Garcia).
O Papa Francisco convocou um Sínodo, que terá lugar em outubro próximo, para tratar do tema: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. Um bilhão e 800 mil pessoas entre 16 e 29 anos, um quarto da humanidade, são jovens. Foram distribuídos questionários que reuniu as respostas de mais de 100 mil jovens. O Sínodo levará à publicação, por parte do papa, de um documento que recolherá os frutos do percurso feito.
Gostaria que nossa Diocese se envolvesse, principalmente os jovens, com este Sínodo. Preparando-se para celebrá-lo, estando atentos durante sua celebração e principalmente se informando dos resultados para aplicá-los à nossa realidade diocesana.
Nossos jovens desejam decidir e abraçar sua vocação. Nossos jovens querem vida! E o que poderemos fazer de melhor do que colocá-los diante daquele que é a vida? Jesus!
Dom Pedro Carlos Cipollini é bispo diocesano de Santo André