Munícipes e funcionários da Prefeitura de São Caetano lotaram as galerias da Câmara durante a sessão desta terça-feira (19). O prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) foi o principal alvo dos protestos de parte daqueles que estavam na Casa de Leis por causa das denúncias feitas pelo Ministério Público Estadual (MPE) e também por causa da taxa de lixo. Alguns vereadores chegaram a discutir com alguns presentes na sede do Legislativo.
Dois grupos foram até o Legislativo para protestar contra Auricchio. Um era formado por aqueles que apoiavam o pedido de impeachment impetrado pelo diretório municipal do PSol, na semana passada, e outro era formado por professores que pedem reajuste salarial e dissídio da categoria.
Segundo relato dos mesmos, durante a sessão transmitida pelo RDtv, quando chegaram na sede do Legislativo de São Caetano o local estava ocupado por funcionários comissionados da Prefeitura. A presença dos apoiadores de Auricchio foi confirmada pelo vereador Edison Parra (PSB), durante o seu discurso na sessão.
Durante toda a sessão o clima foi tenso. Em determinado momento, um senhor acabou expulso das galerias após bater boca com alguns vereadores. A GCM (Guarda Civil Municipal) foi acionada, mas o munícipe insistia em ficar. Um grupo acabou o convencendo a deixar o local para que a sessão pudesse seguir.
Ubiratan Figueiredo (PR) discutiu com um defensor de Auricchio que relembrou o fato do vereador ter feito parte da base de apoio do governo. Figueiredo acabou esbravejando. “Não apoio governo corrupto”. Em outro momento, o presidente da Câmara, Pio Mielo (MDB), também discutiu com outro manifestante.
Gritos de “Fora Auricchio” foram ouvidos em vários momentos. O líder de governo, Tite Campanella (PPS), chegou a responder para aqueles que defendem o impeachment do prefeito. “Se vocês querem tirar o Auricchio, façam do mesmo jeito que fizeram com o ex-prefeito (Paulo Pinheiro), tirem na urna, no voto”, afirmou.
Também houve polêmica no debate de requerimentos que pediam mais informações ao Saesa (Sistema de Água, Esgoto e Saneamento Ambiental) sobre a cobrança da taxa de lixo e que não foram respondidas. Oposicionistas reclamavam da falta de transparência enquanto governistas indicavam que as perguntas fossem feitas por meio de pedido no Atende Fácil.
Na próxima terça-feira (26), acontecerá a votação do Projeto de Lei de Iniciativa Popular (Plip) que visa acabar com a taxa de lixo. Vereadores governistas já deixaram claro que o posicionamento é para a manutenção do tributo.