Em reunião com os prefeitos de Santo André, Paulo Serra, e de São Bernardo, Orlando Morando (ambos do PSDB), nesta terça-feira (5), na sede do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, o médico David Uip, indicado para comandar a Fundação do ABC (FUABC), conseguiu aval para denunciar ao Ministério Público (MP) o convênio entre a autarquia e a Prefeitura de Mauá.
“É uma dívida muito grande de Mauá com a Fundação ABC e isso tem repercussões, e não é possível continuar dessa forma”, disse David Uip. A Fundação do ABC estima que o valor devido pelo Executivo mauaense chegou a R$ 128 milhões referentes a serviços prestados desde 2015. Segundo o médico, o valor aumenta R$ 6 milhões por mês, em média.
A decisão apresentada pelo futuro presidente da FUABC aos prefeitos foi debatida em conjunto com a presidente interina da FUABC, Adriana Berringer Stephan. A decisão de chamar o MP para realizar essa investigação não significa o fim das tratativas entre a Fundação e a Prefeitura de Mauá. David explicou que estão esperando um novo plano para o pagamento da dívida e a continuidade da prestação de serviços, que por contrato será finalizado no próximo dia 30.
O médico revelou que houve uma proposta apresentada pelo então ex-secretário de Saúde Ricardo Burdelis, mas que não houve avanço após sua saída do primeiro escalão de Mauá. Desde então, não houve novas conversas. Além da falta de procura, a crise instaurada com a prisão do prefeito licenciado Atila Jacomussi (PSB) também impediu a continuidade das negociações.
A Prefeitura foi procurada para falar sobre o assunto, mas até o fechamento desta matéria não houve respostas aos questionamentos feitos pelo RD.
Relembrando
O estouro da crise entre Mauá e a Fundação aconteceu no ano passado com o protesto de cerca de 100 ex-funcionários que foram demitidos e alegavam que não tinham recebido os seus direitos trabalhistas. Na época, a FUABC alegou que não teria condições de realizar o pagamento enquanto a Prefeitura não fizesse os repasses.
Desde então, uma severa disputa foi iniciada. De um lado a FUABC cobra a dívida de R$ 128 milhões. Do outro lado, a Prefeitura alega que o valor devido é de R$ 38 milhões e ainda reclama do atraso nas planilhas que comprovam os gastos com o serviço prestado na rede pública mauaense.