
Os trabalhadores do Sistema Petrobras entram em greve por 72 horas, a partir desta quarta-feira (30/5). O movimento prossegue até a meia noite de sexta-feira (1°/6), nas bases operacionais e administrativas dos 13 sindicatos que integram a Federação Única dos Petroleiros (FUP). No ABC, o movimento envolve cerca de 1,1 mil trabalhadores (600 são terceirizados) da Refinaria de Capuava (Recap), em Mauá,responsável pelo abastecimento de 30% de combustíveis consumidos pela Região Metropolitana de São Paulo.
Os petroleiros exigem redução dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis, por meio de mudanças imediatas na política de reajuste de derivados da Petrobras, com retomada da produção das refinarias a plena carga e o fim das importações de derivados.
Na visão da categoria, a escalada dos preços dos combustíveis no País é consequência do desmonte feito pelo atual presidente da Petrobras, Pedro Parente, ao administrar a empresa para atender aos interesses do mercado, sem qualquer compromisso com a população e o Estado brasileiro. Com isso, os petroleiros exigem sua saída imediata do comando da empresa petrolífera.
A Recap tem capacidade de produzir cerca de 8,5 mil m³ de petróleo ao dia, o que equivale a mais de 50 mil barris de petróleo. De Mauá, a produção da refinaria (4,5 mil m³ de diesel/dia e 2 mil m³ de gasolina/dia) segue para os terminais de São Caetano e Barueri, na Capital, de onde é feita a distribuição. O terminal de São Caetano é a única unidade de distribuição do ABC.
De acordo com a FUP, a greve dos petroleiros não causará desabastecimento, porque os tanques das refinarias estão abarrotados de derivados de petróleo em razão dos protestos dos caminhoneiros. “A nossa greve é para defender o Brasil, é para que os brasileiros paguem um preço justo pelo gás de cozinha e pelos combustíveis”, afirma coordenador geral da FUP, José Maria Range. O sindicalista acrescenta que o movimento é também de advertência, rumo à construção da greve por tempo indeterminado, já aprovada nacionalmente pela categoria, para barrar a privatização do Sistema Petrobras. Na região, o movimento é organizado pelo Sindipetro Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo.