Por causa da greve dos caminhoneiros, que está no sexto dia, o Comitê de Fomento Industrial do Polo do Grande ABC, o Cofip, avisou que as empresas do complexo industrial começaram a parar as operações. O problema é que em consequência da interdição das rodovias, as indústrias apresentam dificuldades com escoamento da produção e recebimento de matérias-primas.
Algumas empresas já pararam parcial ou totalmente, enquanto outras que estão em fase posterior da cadeia produtiva deverão interromper a produção nos próximos dias. A primeira geração de indústria, caso da Braskem, deverá suspender as operações na terça-feira (29/5), caso o recebimento de matéria-prima não seja restabelecido.
O Comitê assegura que a parada será feita de acordo com as rigorosas normas internacionais de segurança da indústria petroquímica, que utiliza o acionamento de flares, um dispositivo de segurança, que queima gases contidos dentro da planta industrial. O sistema protege o meio ambiente e a saúde da população e garante a segurança nas áreas de produção.
Neste período de parada as empresas vão manter apenas algumas unidades de utilidades em operação para manter equipamentos e circuitos essenciais para a repartida, quando a situação estiver normalizada. Ou seja, não aproveitarão para fazer manutenção como realizam todo ano. A explicação é que essa prática exige planejamento e contratação de terceirizados, compras de equipamentos e contratação de milhares de funcionários terceirizados.
Apesar disso, o Cofip informa que os empresários estão preocupados com as carretas de produtos químicos perigosos que se encontram em bloqueios dos caminhoneiros paradas nas estradas do Estado de São Paulo.
Prejuízo para o ABC – O Cofip ressalta que essa parada do Polo Petroquímico refletirá drasticamente na economia da região, devido ao tempo que a greve pode durar e ao processo logístico das empresas, que para voltar a funcionar pode levar semanas.
O Polo do ABC fatura cerca de R$ 9 bilhões por ano, o que significa receita de R$ 25 milhões/dia. Com isso, gera em impostos aproximadamente R$ 2,2 bilhões/ano, o que representa arrecadação tributária de cerca de R$ 6 milhões/dia, principalmente para Santo André e Mauá.
No ABC, o Polo Petroquímico é formado por diversas empresas que atuam na cadeia produtiva do setor, desde refinaria de petróleo (a Recap) até engarrafadoras de gás. Por ser uma indústria de base, a petroquímica é considerada a primeira geração da indústria química e elo inicial de diversos segmentos de mercado, como plástico, borracha, tintas e vernizes, higiene e limpeza, entre outros.
Entre as empresas instaladas no Polo estão a Air Liquide, AkzoNobel, Bandeirante Química, Braskem, Cabot, Chevron Oronite, Liquigás, Oxiteno, quantiQ, Ultragaz e Vitopel.