As primeiras lembranças musicais de Anderson foi aos 13 anos, na discoteca Sunshine, em Santo André. O futuro DJ morava perto e adorava ver como as pessoas se identificavam com o som, se energizavam, emocionavam e dançavam felizes noites adentro. Anderson Thomé foi influenciado a aprender a mixar músicas no toca-discos, forma de expressar sua arte após ter falhado na tentativa de aprender a tocar um instrumento.
Com o toca-discos mecânico e analógico, Anderson aprendeu a fazer mixagens e começou a trabalhar como DJ num shopping da cidade, na extinta loja DJ Shopping. Conforme treinou e desenvolveu técnicas, foi DJ em clubes e discotecas da região, como no Twist’s, em São Caetano, nos anos 1990, e no Ilha De Capri, em São Bernardo, em 2000. Há 18 anos Anderson trabalha no casting de DJ’s da Rádio Energia, onde apresenta seu house music.
Na visão de Anderson, pode-se perder ou ganhar ao optar pela música eletrônica, uma vez que com as matinês e domingueiras é possível mostrar um repertório novo, mas há pouco espaço para quem entra na área. “O fato de não se ter mais discotecas de bairro, abriu uma lacuna e perdemos terreno para outros estilos. Temos DJs talentosos na região, mas há pouco espaço para apresentação”, lamenta.
Por este motivo que na última semana Anderson inaugurou em São Caetano, onde é DJ residente, o Newcastle Sports Bar, que chega com a proposta de rock’n roll e música eletrônica. “É um espaço descolado, voltado ao esporte e música de qualidade, que logo terá anexo para shows e festas”, diz. No set, Anderson volta para a house music, soulful e o tech house, com destaque para clássicos dos anos 1970, 1980 e 1990. “Compro minhas músicas, como sempre fiz. Hoje temos tudo o que é necessário na internet”, conta.
Coppini
Ricardo Coppini, DJ em São Bernardo, também se interessou pela área cedo, aos 16 anos, quando frequentava danceteria da família na cidade e ficava maravilhado com o trabalho dos DJs da casa, e com a mixagem de músicas sem intervalo que eram capazes de contagiar o público.
A música sempre esteve ligada à sua vida. O pai, amante da música, comprava equipamentos avançados desde que Ricardo era criança, que cresceu com a música. Aos 28 anos, se tornou DJ profissional e residente da Emerald Hill. Depois, passou por outras casas e ganhou notoriedade em outras cidades.
No set list, o DJ conta que se adapta ao gosto do cliente e destaca a especialidade: house music. “Sempre existe um estudo antecipado do cliente para identificar o que espera de nós antes de contratar”, explica. Na visão de Ricardo, os DJs conquistaram fama mundial e o cenário ficou mais atraente para os que querem seguir carreira, uma vez que hoje existem cursos para quem quer aprender. “Mas, a música eletrônica tem disputado espaço com o sertanejo e o samba”, diz.
Entre os inspiradores de Coppini estão Calvin Harris, como DJ e produtor; David Guetta e os mais antigos como Danny Tenaglia, Frankie Knuckles e Fat Boy Slim. “Ver a pista cheia e o pessoal dançando é o que me faz seguir em frente,”, completa.
O Brasil tem crescido com representantes da música eletrônica. Atualmente conta com artistas de renome como Alok (Hear me now), Vintage Culture (Why Don’t U love), Illusionize (Open Down) e Selva (Make me Wanna).