A greve dos trabalhadores na Mercedes-Benz (foto), em São Bernardo, entrou nesta sexta-feira no quinto dia. A montadora ainda não apresentou proposta de acordo coletivo que atenda às reivindicações de reajuste salarial, cláusulas sociais e PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Em assembleia realizada segunda-feira (15), no portão da empresa, a categoria decidiu pela paralisação.
O sindicato enfrenta o impasse com a montadora em relação a pontos importantes, como reposição salarial, valor da PLR e algumas cláusulas sociais do acordo. “A montadora não aceita incorporar o reajuste aos salários. Também queremos rediscutir a forma de cálculo da PLR, para que se leve em conta a exportação dos itens agregados [motor, câmbio, eixos]”, explica o secretário-geral do sindicato e trabalhador na Mercedes-Benz, Aroaldo Oliveira.
O dirigente destaca ainda que a empresa pretende demitir trabalhadores mensalistas (setor administrativo), o que, segundo ele, não pode ser admitido num momento como o atual, de retomada da produção.
Em relação às cláusulas sociais, a empresa quer excluir a estabilidade ao trabalhador acidentado e a complementação salarial por até 120 dias de afastamento. O Sindicato defende a manutenção destes pontos e a inclusão de uma cláusula de salvaguarda contra a Reforma Trabalhista, garantindo que qualquer alteração prevista na nova legislação só possa ser implantada após negociação com a entidade.
Na assembleia, os trabalhadores manifestaram a disposição de manter a fábrica parada por tempo indeterminado, até que a empresa apresente uma proposta que contemple as principais reivindicações da categoria. A Mercedes-Benz tem atualmente 8 mil trabalhadores na planta de São Bernardo.