Ibovespa tem forte correção e fecha em queda de 3,37%

O mercado brasileiro de ações ingressou em um forte movimento de correção nesta quinta-feira, 17, e terminou o dia aos 83.623,94 pontos, em queda de 3,37% (ou 2.915 pontos). Foi o maior recuo porcentual desde 18 de maio do ano passado (-8,80%), quando veio à tona o caso JBS, com denúncias contra o presidente Michel Temer. As perdas do dia foram generalizadas, mas atingiram principalmente as ações de maior liquidez, com destaque para Petrobras e bancos.

Analistas apontaram uma série de fatores para justificar tamanha reação dos investidores, desde uma realização de lucros mais forte até um aumento da aversão ao risco. Do ponto de vista da realização de lucros, a justificativa é que algumas ações estariam demasiadamente esticadas, como é o caso de Petrobras ON, que alcançava valorização superior a 25% somente em maio. Do lado da aversão ao risco, analistas apontaram questões como o cenário externo novamente negativo e a nova apreciação do dólar, um dia depois de o Banco Central ter mantido a taxa Selic inalterada, em meio a ruídos de comunicação com o mercado e dúvidas quanto à atuação futura do BC.

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De todo modo, a manutenção dos juros anunciada na quarta-feira, quando ampla maioria do mercado esperava um corte de 0,25 ponto, permeou as discussões ao longo de todo o pregão. Nesse cenário, o Ibovespa já iniciou o dia em queda, até então moderada. O grande impulso vendedor veio à tarde, quando o indicador chegou a cair até 3,65% (83.377 pontos), sob efeito das operações de zeragem de posições.

“Houve piora no mercado externo à tarde, embora não tão acentuada quanto o que foi visto por aqui. E a comunicação do Banco Central com o mercado não foi tão boa, o que acabou por provocar estresse no mercado de juros e piora na percepção de risco do País”, disse Luís Gustavo Pereira, estrategista da Guide Investimentos.

Apesar da surpresa com a manutenção dos juros, os analistas do mercado de ações defenderam a atuação mais cautelosa do Banco Central. “O BC teve uma ação diligente, embora tenha falhado na comunicação. Já estava mais ou menos escrito que o dia na bolsa seria parecido com isso”, disse Alvaro Bandeira, economista-chefe da Modalmais. Para ele, a queda do dia pode ser definida como uma realização de lucros de curto prazo, que não interfere na tendência de médio e longo prazo para a bolsa, que ele considera ser ainda de alta.

Ao final do pregão, Itaú Unibanco PN teve queda de 5,23%, enquanto Banco do Brasil ON perdeu 4,20% e Bradesco ON, 5,42%. Petrobras ON e PN terminaram o dia com perdas de 4,49% e 5,26%, em dia de desempenho fraco dos preços do petróleo. Vale ON recuou 0,93%. Com o resultado de hoje, o Ibovespa passa a contabilizar perda de 2,90% em maio e alta de 9,45% no ano.

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