O ABC teve registro de 112 empresas com falências decretadas entre 2015 e 2017. Dentro do período analisado Diadema se destaca no topo da lista de cidades da região com maior volume, totalizando 47, sendo 29 ano passado, 10 em 2016, e mais oito em 2015. Os dados, do Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura (Conjuscs), foram divulgados nesta quarta-feira (16) pela USCS (Universidade Municipal de São Caetano).
De acordo com o estudo, inédito na região, São Bernardo aparece em segundo lugar com 29 empresas com falências decretadas nos últimos três anos, seguida por Santo André (24), Mauá (7) e Ribeirão Pires (1).
O documento também aponta o número de falências requeridas no período analisado, que totalizam 248 na região. Dentro do escopo, Diadema também aparece em primeiro lugar com 73 pedidos, e na sequência São Bernardo (65), Santo André (44), Mauá (38), São Caetano (18) e Ribeirão Pires (10).
“A gente observa que em 2015 o número de falências requeridas foi bastante elevado, com total de 129. A recessão foi forte na economia brasileira e o ABC foi bastante afetado pela indústria automobilística e o setor de autopeças”, justifica Sandra Collado, integrante da equipe técnica do Conjuscs e autora do estudo.
A nota técnica apresentada sobre o assunto também traz números referentes às empresas com recuperações judiciais requeridas, bem como concedidas. No primeiro cenário o volume total no triênio analisado atingiu total de 85 empresas. Os registros apresentam crescimento expressivo de 20, em 2015, para 41 em 2017, alta de 106%.
“Quando se observa as recuperações requeridas, Diadema aparece em menor número, Isso faz crer que as empresas que tem maior capacidade de recuperação são as médias e grandes. E a cidade tem uma concentração grande de pequenas, que não conseguem se recuperar”, destacou o professor José Carlos Garé, da coordenação do observatório.
Em relação às recuperações judiciais concedidas a região contabiliza 37 empresas, sendo 19 registros de Diadema, seis em Santo André, cinco em Mauá, três em São Bernardo e São Caetano e Ribeirão Pires com dois em cada cidade.
“Nossa proposta é ter um levantamento sistemático, periódico e regular das falências e recuperações judicias no ABC. Aí queremos discutir com os atores e instituições envolvidas a constituição desse banco de dados”, disse Jefferson José da Conceição, professor da Escola de Negócios e coordenador do Conjuscs.
Na oportunidade foram apresentados 16 temas na segunda carta de conjuntura apresentada pela universidade com dados aprofundados de assuntos que envolvem o cenário regional, especialmente no campo político, econômico e de desenvolvimento.