Motivo pelo qual o prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão, foi expulso sumariamente do PSDB há dois dias, o governador Márcio França (PSB) afirmou que considera que a atitude tucana foi “injusta” com o chefe do Executivo. Durante sua visita a Diadema, nessa quarta-feira (25), o socialista afirmou que outros prefeitos tucanos também estão te apoiando, mas que não podem fazer isso de forma aberta. Além disso, voltou a criticar o ex-prefeito paulistano João Doria (PSDB).
Questionado sobre o ocorrido com Maranhão, França iniciou sua resposta evitando uma crítica mais contundente ao PSDB, porém considerou que houve injustiça com o prefeito de Rio Grande. “É injusto dar uma punição antes de ouvir as pessoas, não é correto isso. Primeiro você ouve, abre o prazo para a defesa, depois a pessoa se defende e depois, se você quiser, pune”, afirmou.
O socialista disse que as portas do PSB estão abertas para Gabriel Maranhão, mas considera que o político deva procurar os membros da executiva estadual para falar sobre o assunto. O prefeito de Rio Grande da Serra vai procurar a executiva nacional do PSDB para reverter a situação antes de definir qualquer posicionamento referente a um novo partido.
O prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), também criticou a saída de seu colega de região do tucanato. “Não dá para entender. Não foi uma atitude boa a de expulsar só por causa de um apoio para o Márcio França. Para mim, essa situação foi feita por pessoas daqui da região que não gostaram dessa situação. O Maranhão é uma pessoa muito boa e muito competente e não merecia tal situação”, disse o diademense sem citar diretamente nomes de quem teria articulado tal ato.
Oficialmente, Gabriel Maranhão foi expulso por não seguir o estatuto do partido e por ter seguido um caminho contrário ao determinado pelo partido há duas semanas. Além do prefeito, o atual secretário estadual de Educação, João Cury, também foi colocado para fora da legenda. Cury seria candidato a deputado federal, porém resolveu abdicar do pleito para assumir uma vaga no primeiro escalão paulista. Márcio França espera que nenhum outro caso do tipo aconteça nos próximos dias.
Indiretas
Apesar de ser uma sessão solene para entrega de título de cidadão diademense, o ato que ocorreu na Câmara teve ares de campanha pré-eleitoral. A cada discurso, apoiadores dos vereadores Marcos Michels e Célio Lucas de Almeida, o Célio Boi (ambos do PSB), entoavam gritos referentes a pré-campanha de Márcio França.
Durante seu discurso, França relembrou sua história, afirmando que “sempre cumpriu com os seus mandatos”, uma indireta a Joao Doria que acabou deixando o comando da Prefeitura de São Paulo após 15 meses de mandato. Uma nova provocação aconteceu durante a coletiva de imprensa, quando afirmou que as expulsões realizadas no PSDB por apoio a sua pretensão eleitoral o estavam tornando “famoso”. “Eu só sou conhecido por 9% da população, assim mais pessoas podem me conhecer”.