O número de desempregados no ABC teve oscilação desfavorável em março com registro de perda de dois mil postos de trabalho na comparação com o mês anterior. Na ocasião, eram 237 mil pessoas sem emprego (taxa de 16,6%) contra 235 mil em fevereiro (taxa de 16,4%), revela a PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) da Fundação Sead (Sistema Estadual de Análise de Dados) e Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgada nesta terça-feira (25).
De acordo com o estudo, no período, houve retração de 0,9% no nível de ocupação. Em março o registro era de 1,19 milhão, e em fevereiro, 1,20 milhão de ocupados na região, uma diferença estimada em 11 mil colocações. Além disso, outro fator que contribuiu para o aumento da taxa de desemprego foi o desempenho negativo (0,6%) da PEA (População Economicamente Ativa) que era de 1,40 milhão, em março, e 1,43 milhão no mês anterior.
Para a analista de mercado de trabalho da Fundação Sead, Leila Luiza Gonzaga, os dados registrados para a taxa de desemprego na região, no rigor da análise, pode ser classificado de relativa estabilidade, já que o órgão considera baixo o índice (-0,2%) registrado.
“Para a região do ABC a retração um pouco mais intensa do que a saída de pessoas do mercado de trabalho é que provocou esse movimento da taxa de desemprego”, observa a profissional.
Outra observação feita pela analista é em relação ao período da fase vivida no País com crise econômica e recessão. “Aparentemente estamos passando pela crise, tanto que a taxa de desemprego no ano passado nesse mesmo período era muito maior no ABC (19,2%) e já estamos com 16,6%”, considera ao avaliar que a recuperação do número de postos dificilmente ocorrerá com a mesma intensidade da eliminação.
Na Região Metropolitana de São Paulo, de acordo com a pesquisa, o aumento na taxa de desemprego foi um pouco maior que a do ABC com registro negativo de 0,5 pontos percentuais, cresceu de 16,4%, em fevereiro, para 16,9%, em março.
A PED é realizada desde 1985 e na região, por alguns períodos havia contrato com o Consórcio Intermunicipal, que permitia maior nível de detalhamento dos dados com expansão de grandes indicadores para o ABC, como por exemplo, número de ocupados por setores de atividade e posições de ocupação. O contrato, porém, não foi renovado pelo colegiado de prefeitos e a última pesquisa feita em parceria foi divulgada em março do ano passado.