PSDB expulsa Gabriel Maranhão por apoio a Márcio França

Maranhão ainda espera a notificação do PSDB para definir seu futuro político (Foto: Divulgação)

Em reunião da executiva estadual do PSDB, nessa segunda-feira (23), foi decidida a expulsão sumária do partido do prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (PSDB), e do secretário estadual de Educação, João Cury. Medida irritou o chefe do Executivo que afirmou que não foi notificado sobre a decisão da legenda em desfiliar os militantes que apoiam outros pré-candidatos a governador e presidente. Maranhão declarou apoio a Márcio França (PSB).

Gabriel Maranhão afirmou que não foi notificado sobre qualquer reunião do tucanato paulista em relação a esse assunto e que soube do fato pela imprensa. “Eu vejo essa situação com muitas insatisfação e chateação. Eu não fui notificado ainda. Tenho outras coisas para questionar. Isso será feito com todos os membros do PSDB que estão no Governo Estadual e que vão apoiar o governador Márcio França? Se foi feito todos os procedimentos legais, pois não fui notificado?”.

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O prefeito salientou que recebeu uma série de ligações de apoio de outros membros do PSDB como o do deputado federal Samuel Moreira (PSDB). “Ele falou que o Pedro Tobias (presidente estadual da legenda) não é o dono do partido e que não foi boa essa expulsão. O partido é muito grande, muito maior do que eu. Estou muito tranquilo, pois eu vejo muitas falhas nesse processo”, completou.

Surpreso com a expulsão, Maranhão afirmou que “não tinha como” não declarar a apoio a França, pelo qual chamou de “Márcio Lealdade”. “O governador é muito leal ao ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), a sua política, então não tinha como não apoiar. Era a melhor decisão a tomar e eu não me arrependo em momento nenhum em relação a esse assunto”.

Procurado pelo RD, o coordenador regional do PSDB na região, Márcio Canuto, afirmou que tentou falar com Gabriel Maranhão antes da reunião, mas que não conseguiu. “Infelizmente ele já era recorrente, então era uma decisão já dada. Houve uma reunião há duas semanas que determinou a expulsão sumária de qualquer um que declarasse apoio a candidatos de outros partidos a governador e presidente”.

Em 2014, Maranhão declarou apoio a então presidente Dilma Rousseff (PT). O ato do tucano aconteceu após o Governo Federal assinar um decreto com investimentos de R$ 41 milhões no município para mobilidade urbana. Na época, o tucanato chegou a cogitar a expulsão do chefe do Executivo, porém aconteceu apenas uma suspensão.

Em nota oficial, Pedro Tobias afirmou que tanto Maranhão quanto João Cury desrespeitaram dois incisos do artigo 15 do estatuto do PSDB. O inciso III obriga os filiados a cumprir as ordens dos diretórios e o inciso V afirma que todos os tucanos devem “votar, apoiar e empenhar-se nas campanhas dos candidatos do Partido a cargos eletivos”.

Questionados sobre a influência da disputa entre Márcio França e João Doria (PSDB) na política interna da região, Canuto e Maranhão consideram que é algo passageiro, porém o prefeito vê uma preocupação com as críticas ao Consórcio Intermunicipal Grande ABC, principalmente de políticos de São Caetano e Rio Grande da Serra.

“Muitos falam que o Consórcio não tem ajudado os municípios, mas é mais uma comparação sobre o que aconteceu no passado com o que acontece agora. Temos que lembrar que Rio Grande foi muito beneficiada pelo Consórcio, a maior obra de mobilidade e a nossa UPA (Unidade de Pronto Atendimento) aconteceram por causa do Consórcio”, concluiu o agora ex-tucano.

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