Quando se fala em instalar um empreendimento comercial em uma área de preservação ambiental, parece que se torna impossível não tocar em um vespeiro. Sim, é uma tarefa árdua ter uma opinião sem desagradar um dos lados. A criação de um centro logístico na região de Paranapiacaba, em Santo André, é um reflexo desse debate sensível.
De um lado, toda proposta que visa o desenvolvimento da cidade merece ser ouvida, ainda mais no caso de Santo André, que passou anos de letargia administrativa do ponto de vista econômico. No entanto, também não se pode ignorar a necessidade de preservar um dos nossosmais imensuráveis patrimônios naturais: a Mata Atlântica.
Não queremos ficar em cima do muro nessa discussão, porém, ambos os lados devem ser ouvidos em um amplo debate junto à população, sociedade civil organizada, a iniciativa privada e o poder público.
Tampouco ajuda, ainda mais em uma fase de polarização em que pessoas discutem convicções em vez de debater para aprender, não estar disposto a entender um dos lados por um entendimento justo e consensual.
Por um lado, defensores da iniciativa do centro logístico dizem que a cada 5m2 de terrenos, 4m2 serão preservados, somado a uma compensação ambiental a ser tratada com o poder público, uma vez avançadas as tratativas de liberação de licenças ambientais de órgãos reguladores.
No entanto, todo tipo de intervenção em área de preservação ambiental deve ser tratado como um tema sensível e a ser exaustivamente discutido. A Mata Atlântica já sofreu muito pelo crescimento desordenado da área urbana, desmatamento e poluição fluvial.
A Mata Atlântica abriga uma quantidade expressiva de mamíferos, aves, répteis, anfíbios e peixes, tendo inclusive animais ameaçados de extinção, mais de 15 mil espécies de plantas e rios. Também é preciso discutir a situação do impacto social dos moradores de Paranapiacaba, que usam do bioma para o seu dia a dia.
Portanto, vamos colocar todos esses elementos na mesa para chegar a uma melhor saída.
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Um boa leitura!