Sem conseguir emplacar a vitória em pautas importantes que são protocoladas no Legislativo, o prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), vem enfrentando problemas de articulação com sua base. Para o vereador Josa Queiroz (PT), a culpa da situação é o próprio chefe do Executivo. Em entrevista ao RDtv, na última sexta-feira (13), o petista afirmou que o verde vem enfrentando problemas com uma base formada por 14 dos 21 vereadores.
“O centro do espaço da política é ter um espaço para dialogar. O que posso perceber é que o governo vem perdendo a articulação junto a sua base. O problema da articulação política não está no líder de governo (Célio Lucas de Almeida, o Célio Boi – PSB) ou na maioria, o problema de articulação está no método utilizado na forma em que se busca debater”, explicou.
Para o petista, com a renovação que ocorreu no Legislativo com 12 vereadores de primeiro mandato, houve uma mudança na forma em que a base governista vem se posicionando, “com muito mais posicionamento, querendo participar do debate dos projetos e isso é muito bom”, disse o vereador.
A falta de diálogo entre o governo diademense e os governistas na Câmara já resultaram em duas sonoras derrotas políticas de Michels. A primeira é a não votação do projeto de lei que busca autorização legislativa para que o município tome um financiamento com a Caixa Econômica Federal, no valor de R$ 128 milhões, para a construção do novo hospital municipal.
“A grande questão para mim é que o governo deveria se ater em fazer funcionar aquilo que já existe. Fortalecer o Quarteirão da Saúde, por exemplo. A questão é que nessa semana dois vereadores (Célio Boi e Marcos Michels, também do PSB) pediram para transformar o local em AME (Ambulatório Médico e Especialidades). Será que é realmente necessário?”, questionou.
A segunda propositura é o pedido de parcelamento da dívida junto ao Ipred (Instituto Municipal de Previdência de Diadema) de R$ 96 milhões. A propositura visa reduzir o percentual de gastos com o funcionalismo de 57% para 50%, assim ficando abaixo do limite imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Tal medida pode ter dois caminhos claros para a atual gestão. Se for aprovada, a proposta pode evitar com que Lauro seja processado por improbidade administrativa no futuro, mas pode fortalecer ainda mais o Sindema (Sindicato dos Funcionários Públicos) que está em plena campanha salarial e apenas aguarda a resolução do caso para emplacar a situação do funcionalismo.