Em busca de aliar esportes, educação e inclusão social, a Prefeitura de Santo André e o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) assinaram nesta segunda-feira (9) parceria para alunos da rede de ensino com algum tipo de deficiência possam praticar modalidades paralímpicas. Na primeira fase do projeto foram abertas 70 vagas, 56 já foram preenchidas. Cada aluno poderá praticar até oito modalidades: goalball; judô; futebol de 5 (para deficientes visuais); tênis de mesa; vôlei sentado; natação; atletismo; e bocha. Os beneficiados praticaram durante 45 dias cada esporte. Durante o período serão avaliados para saber em qual prática esportiva se adaptaram melhor.
As aulas serão ministradas no Centro Paralímpico, na Capital. “É a primeira parceria que concluímos e isso mostra mais uma vez que Santo André está na vanguarda. Estamos criando condições para que as crianças possam ter acesso à atividade física no tempo certo que é na fase escolar. Isso faz toda a diferença no desenvolvimento motor, na cidadania, pelo resgate da autoestima”, disse Mizael Conrado de Oliveira, presidente do CPB, bicampeão paralímpico (2004 e 2008) no Futebol de 5 e natural de Santo André.
As crianças foram selecionadas pela própria Prefeitura. Atualmente 999 alunos da rede pública de ensino têm algum tipo de deficiência. “Santo André possui um trabalho de alguns anos com os deficientes. Temos algumas escolas adaptadas e que podem realizar um bom atendimento. Agora com essa parceria vamos dar ainda mais oportunidades para que essas crianças possam ser incluídas na sociedade”, comentou Dinah Zekcer, secretária de Educação do município.
Apesar da cerimônia de abertura da parceria acontecer somente no dia 23 de abril, alguns alunos já começaram com atividades. No caso de Santo André, dos 56 já inscritos, apenas oito iniciaram nas modalidades paralímpicas. Para o prefeito Paulo Serra (PSDB), a situação ocorre por falta de uma maior explicação sobre o assunto. “Se precisar eu me prontifico a falar com as mães. Temos uma parceria muito grande e que tem de ser aproveitada. Vamos falar com as mães, vamos pedir que uma conte para as outras e assim conseguimos divulgar essa grande iniciativa”, disse.
Falta transporte
Outro problema a ser solucionado pela Prefeitura é o transporte dos deficientes para o Centro Paralímpico. Ainda existem casos de mães que ficam com receio de deixar que os filhos sigam para a Capital sem acompanhamento. Serra prometeu solucionar o caso o mais rápido possível.
Apesar do receio inicial, as mães já demonstraram o apreço à inédita parceria. “Às vezes nos achamos muito pequenos e pensamos que os nossos filhos não vão alcançar certas coisas. E quando nos foi proposto isso [a parceria] não explicado direito, mas quando fomos lá (no Centro Paralímpico) conseguimos ver algo bom, foi um sonho, algo que nunca acreditamos que poderia acontecer”, relatou Taiane Silva Oliveira, 25 anos, do bairro Jardim Santo André, mãe do Brayan, de sete anos, que tem síndrome de Down.