Votorantim começa a avaliar concessões

O grupo Votorantim, da família Ermírio de Moraes, deverá buscar negócios em infraestrutura e no setor imobiliário para investir, após concluir a transação que reunirá os ativos da Fibria na Suzano, da família Feffer. Em 2017, o grupo encerrou com lucro líquido de R$ 810 milhões, revertendo prejuízo de R$ 1,3 bilhão no ano anterior. Os bons resultados renderão dividendos gordos aos acionistas que saltarão de R$ 120 milhões para R$ 760 milhões este ano.

Fundado há 100 anos, o conglomerado, que tem negócios em cimento, energia, metais, suco de laranja e banco, deverá embolsar R$ 8,5 bilhões com a criação da gigante global da celulose, e está mapeando em quais setores poderá ampliar sua atuação e a entrada em novas áreas.

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Ao Estado, o presidente da Votorantim SA, João Miranda, afirmou que o grupo estuda, sem pressa, como poderá ampliar sua atuação em infraestrutura – o grupo tem forte posição em energia renovável A companhia avalia oportunidades em concessões (rodovias e portos) e logística.

“Gostamos de setores regulados e pensamos quais poderiam ser nossos investimentos futuros. A gente sabe que o setor privado vai ser convocado para investir. A Nexa (divisão de metais do grupo) pode ser outro alvo de investimento e podemos ampliar a internacionalização da divisão de cimento.”

Segundo Miranda, os acionistas do grupo querem reinvestir os recursos que virão da Fibria na companhia. A única área certa para investimento é o de geração de energia renovável. “O mercado especula porque não poderíamos entrar em construção, mas esse setor não é o nosso foco. Pensamos em reintegrar a área de Votorantim Novos Negócios ao portfólio do grupo, com investimentos em tecnologia. Vamos investir também no mercado imobiliário.”

Resultados

No ano passado, a Votorantim S.A. registrou receita líquida de R$ 27,2 bilhões, aumento de 5% em relação ao ano anterior. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda ajustado) ficou em R$ 4,8 bilhões, 12% acima do registrado em 2016. A dívida bruta consolidada totalizou R$ 24,6 bilhões. Já a dívida líquida totalizou R$ 12,4 bilhões, 16% menor do que a registrado em 2016. O balanço financeiro não inclui os resultados da Fibria, Citrosuco e do banco Votorantim, que têm estruturas societárias diferentes.

Após uma fase de desinvestimentos, além da Fibria, o grupo tornou-se sócio minoritário dos negócios siderúrgicos da ArcelorMittal no Brasil e abriu o capital de sua divisão de metais. O grupo mantém siderúrgicas na Argentina e Colômbia. Não há planos, por ora, de se desfazer de ativos. “Não vou dizer que o grupo não vai mais vender nada. Estaria mentindo. As decisões devem ser tomadas a partir do rumo que queremos dar ao nosso portfólio”, disse. A sociedade da família em importantes negócios, como na Citrosuco (suco de laranja), e no banco Votorantim, devem ser mantidas, segundo Miranda, que ainda vê oportunidade nesses dois negócios.

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