Foi protocolado na Câmara de São Caetano, nesta terça-feira (03/04), o projeto de lei popular que visa acabar com a taxa de lixo no município. Além do ato oficial, houve também muitas trocas de farpas entre parte dos manifestantes e alguns vereadores. Xingamentos foram ouvidos de ambos os lados. Legislativo terá dois meses para dar uma resposta sobre a propositura que contou com 14 mil assinaturas em um abaixo-assinado.
O protocolo aconteceu cerca de uma hora antes do início da sessão da Casa sul-são-caetanense. Neste momento, cerca de 30 integrantes do grupo ‘São Caetano do Sul Contra a Taxa de Lixo’ acompanharam o ato oficial da propositura que foi idealizada há cerca de dois meses. Logo depois, o mesmo grupo – que chegou a cerca de 80 pessoas, ocupou as galerias da Câmara para acompanhar os trabalhos dos vereadores em plenário.
Durante os trabalhos, que duraram cerca de 30 minutos, os manifestantes entoaram gritos contra o prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) e a cobrança da taxa de lixo. Os mesmos aproveitaram o protesto para reclamar do aumento da tarifa de ônibus que ocorreu no último final de semana, elevando o valor cobrado de R$ 4 para R$ 4,20.
O único vereador que se utilizou da tribuna para discursar foi Jander Lira (PP). “Estamos em um dia histórico em São Caetano do Sul, pois é a primeira vez que estamos recebendo na nossa história um projeto de iniciativa popular, temos que ficar muito atentos ao que está acontecendo nesse momento. Esse 3 de abril será histórico”, afirmou o legislador.
Como nenhum outro vereador resolveu falar sobre o assunto, a pauta da ordem do dia foi lida e votada em cerca de cinco minutos, mas o suficiente para irritar os manifestantes que resolveram reclamar sobre o fato dos outros parlamentares não esboçarem vontade de discursar sobre o assunto.
Ao final da sessão, uma série de vaias foram ouvidas. O líder de governo, Tite Campanella (PPS), e a vereadora Suely Nogueira (MDB), foram os principais alvos logo após o término dos trabalhos. Porém, quem mais demonstrou irritação foi Ubiratan Figueiredo (PR). Após ser xingado pelos manifestantes, o republicano resolveu retribuir os termos de baixo calão. Assessores tiveram que afastar Figueiredo do plenário para que as farpas fossem cessadas.
Na sequência, o protesto voltou a ser feito em frente à sede do Legislativo e em uma pequena parte da avenida Goiás, em frente ao parlamento municipal. Os munícipes aguardavam a saída dos vereadores. Até às 19h, apenas funcionários deixaram o local pela garagem.
Em nota, o comando da Câmara de São Caetano afirmou que “democraticamente” recebeu o projeto de lei de iniciativa popular. “O projeto tramitará normalmente, dentro do que determina o regimento interno da Casa”. Procurado diretamente pelo RD, o presidente da Casa, Pio Mielo (MDB), não respondeu sobre o assunto até o fechamento dessa matéria.