No calendário cristão, um dos principais preceitos da Semana Santa, especialmente na Sexta-feira da Paixão, dois dias antes da Páscoa, é não comer carne vermelha ou de frango. De olho na tradição, os restaurantes especializados em peixes e frutos do mar apostam na data, uma das três principais em maior movimento no ano. As outras são o Dia das Mães e Dia Namorados. A expectativa é de casa cheia e até 25% melhor que a Sexta-Feira Santa de 2017. Além da economia já ter dado sinais de melhora, os proprietários explicam que esse ano a data é boa, porque não tem feriado perto, o que permite o consumidor se planejar.
“O Carnaval foi mais cedo e isso ajuda muito”, diz Simon Calcin, chef executivo do Restaurante 7 Mares, em São Caetano. Por causa do movimento, mesmo com 295 lugares, a casa nem faz reserva para a data. É por ordem de chegada. No cardápio, a casa oferece mais de 70 itens, como salmão com molho morango, bacalhau com creme de palmito, escondidinho de siri, paella e moquecas de peixe. O serviço de buffet sai R$ 59,90 por pessoa.
O Bar do Peixe, também em São Caetano, com 230 lugares, espera bom movimento. “É uma das melhores datas, tanto que trabalhamos no limite”, diz Alexandra de Lima Campanhari, sócia. Um dos fortes da casa são três peixes assados e vendidos a quilo: corvina (R$ 49) porquinho (R$ 62) e postas de cação (R$ 52), servidos no papel, como de praxe há 40 há anos. “São empanados, crocantes por fora e macios por dentro”, garante. O restaurante também tem serviço à la carte e o cardápio tem delícias, como filé de badejo, camarão na moranga e pirarucu. Os preços são variados, vão de R$ 72 (filé de peixe à parmegiana com fritas) a R$ 94 (pirarucu na telha com molho de camarão, arroz e batatas sauté), ambos para duas pessoas.
Abraçadinho de camarão
Em Santo André, o Marzão calcula atrair nesta sexta-feira 50% a mais de consumidores que nos finais de semana, com rodízio especial (R$ 64,90 por pessoa). Além de 20 saladas e seis pratos quentes no buffet, a casa oferece 20 tipos de peixe, como camarão sete barbas, peixada na telha, salmão e bacalhau grelhados, camarão médio no alho e óleo, garoupa, 20 variações de iscas e porquinho fatiado. Uma das sensações é o abraçadinho de camarão frito e limpo com queijo. “Tem muito peixe, o cliente nem consegue comer tudo”, comenta Carlos Miranda, proprietário do Marzão, localizado no bairro Campestre.
Roberto Moreira, presidente do Sehal (Sindicato das Empresas de Hotéis, Bares e Restaurantes do ABC), afirma que a data é ótima para os estabelecimentos especializados em peixes aumentarem o lucro, já que o período sugere do consumo de cardápio específico. Assim, a estimativa é que a Semana Santa aumente em pelo menos 15% no setor. “Pra isso a dica é oferecer um ambiente agradável, caprichar na decoração, oferecer menu especial, atuar com uma equipe capacitada e divulgar o estabelecimento”, completa.
Venda de pescados
Quem preferir colocar a mão na massa pode aproveitar a campanha do pescado realizada até sexta-feira (30) pela Prefeitura de Santo André. São seis endereços de venda em funcionamento das 13 às 17h (na quinta-feira) e das 8 às 14h (na sexta-feira): praça Cacilda Becker, Vila Guarani; rua Constantino Castelani, Jardim Rina (local da feira confinada de sábado); praça Mário Guindani, Vila Metalúrgica; avenida Capitão Mário de Toledo de Camargo com Estrada do Pedroso, Vila Luzita; praça Lisboa, vila Palmares; e Estrada do Pedroso no trevo próximo à Padaria Jardim Riveira, vila Rica.