Após 4 anos de queda número de lançamentos imobiliários cresce no ABC

Apesar da melhora São Bernardo teve o pior desempenho com queda de 71% no volume de lançamentos (Foto: Pedro Diogo)

O mercado imobiliário da região ganhou fôlego e pode ter deixado para trás o período negro registrado nos últimos quatro anos no setor. Em 2017, ano em que a economia demonstrou sinais de reação, o ABC registou alta de 23,8 % no volume de lançamentos em relação ao mesmo período de 2016, revela pesquisa divulgada pela Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias, e Administradoras do Grande ABC) divulgada nesta quarta-feira (21).

Ano passado foram lançadas 2.860 unidades (contra 2.311 em 2016), que representam movimento financeiro de R$ 944 milhões. Mas o cenário de baixa, no entanto, se intensificou a partir de 2013, quando o registro foi de 9.170 unidades, 6,9% inferior a 2012 (9.804). No ano seguinte o número caiu para 6.607, e em 2015, para 4.914.

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A grande surpresa apontada no estudo foi o desempenho apresentado por Diadema, que sozinha representou 42% do mercado da região, motivada principalmente por programas como o Minha Casa, Minha Vida, voltado a famílias de baixa renda, que acabou sendo importante para os números finais de lançamentos.

Diferente do ocorre normalmente, quando São Bernardo e Santo André aparecem com maior destaque, puxando os números para cima, em 2017 os protagonistas do mercado foram Diadema com 1.202 unidades e São Caetano com 648. Na sequência aparece Santo André com 552 e São Bernardo com apenas 246. Mauá fecha a lista com 212 unidades lançadas.

Os números, de acordo com a entidade, poderiam ser muito melhores não fosse o resultado apresentado por São Bernardo, que ficou na contramão dos demais municípios ao registrar queda acentuada de 71% no volume de lançamentos no período. A dificuldade para o segmento avançar está relacionada ao atual Plano Diretor e a Lei de Uso e Ocupação do Solo do município, não adequados para o mercado imobiliário.

“Houve uma restrição no governo passado dos coeficientes de construção que acabaram por praticamente inviabilizar os novos lançamentos e compra de novos terrenos. Como isso, os empresários começaram a migrar para cidades do entorno ou até mesmo outros locais dentro do Estado”, afirma o presidente da Acigabc, Marcus Santaguita (foto) ao revelar que está em tratativas com a atual gestão, comandada pelo prefeito Orlando Morando (PSDB), para tentar reverter o quadro.

Venda de unidades

Em termos de vendas de novas unidades, o desempenho da região não foi favorável, uma das justificativas seria o baixo estoque disponível no mercado. Em 2017 foram comercializadas 2.457 imóveis, número 7,1% inferior a 2016, quando foram vendidas 2.645.

“As vendas foram muito influenciadas pelo Minha Casa, Minha Vida e também da retomada em determinado momento da carta de crédito pró-cotista”, disse Santaguita.

No total foram comercializadas 1.676 unidades na planta, 535 em construção e outras 246 prontas. O volume representa movimentação de R$ 915 milhões. A maior parte das unidades 1.677, tiveram preferência para dois dormitórios.

Santo André liderou o ranking de vendas com 783 unidades, seguida por São Caetano (631), Diadema (463), São Bernardo (345) e Mauá (235).

Estoques

No final de 2017 o estoque de imóveis disponível no ABC (com até três anos) era de 3.081 unidades, que representa uma queda de 23% em relação ao mesmo período de 2016, quando havia 4.017 no mercado.

“Isso é muito positivo, as empresas focaram bastante em reduzir os estoques. O número poderia ter sido melhor e foi prejudicado pelo alto índice de distratos ainda em 2017”, aponta o dirigente da Acigabc ao lembrar que o estoque está se esgotando por conta de não haver lançamentos suficientes nos municípios. Mesmo assim Santaguita projeta crescimento de 10% do setor para 2018.

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