Com o objetivo de ampliar o tempo de vida útil do aterro sanitário de Santo André, o prefeito Paulo Serra (PSDB) anunciou nessa segunda-feira (19), o projeto de ampliar o espaço do equipamento em mais 35 mil m². Essa será a segunda ampliação nessa década. A Prefeitura e o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) aguardam posicionamento da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) para iniciar a obra prevista para 2019.
A ampliação pretende elevar o tempo útil do aterro para o final de 2026. Entre 2014 e 2017, obras com o mesmo objetivo aumentando o espaço para o descarte de lixo em mais 40 mil m², fato que faz com que o equipamento continue em funcionamento até o final de 2020. “Nós acabamos de fazer uma ampliação e já estamos pensando na próxima. Temos que lembrar que teremos que pensar no que fazer depois disso, pois seis anos passam muito rápido”, disse o diretor de Resíduos Sólidos do Semasa, Elídio Moreira.
Paulo Serra relembrou que o espaço ficou sem funcionar entre 2010 e 2014 por receber uma demanda de descarte de resíduos domésticos maior do que a sua capacidade. “Ou seja, não teríamos o aterro funcionando no final de 2016. Então temos que trabalhar para aumentar esse espaço”, falou o prefeito.
Questionado sobre a possibilidade de construção de uma usina de incineração de resíduos, o chefe do Executivo andreense se limitou em dizer que existe a ideia, mas que o foco é mantido na ampliação do aterro sanitário. No estado de São Paulo, apenas Barueri tem um projeto pronto para a instalação de uma URE (Unidade de Recuperação Energética) e a expectativa é de que as obras sejam iniciadas no segundo semestre.
No ABC, São Bernardo chegou a projetar um equipamento parecido. Porém, com o encerramento da PPP (Parceria Público-Privada) com o Consórcio SBC Valorização de Resíduos Revita e Lara foi encerrado, assim o projeto não seguiu. Em Diadema, a Prefeitura estuda a implantação de uma usina.
Reciclagem
Outro fator que será usado para tentar ampliar ainda mais o tempo de vida útil do aterro de Santo André é a ampliação do programa de reciclagem. Segundo números do Semasa, o índice de reaproveitamento de resíduos sólidos subiu de 12%, em 2016, para 30%, em 2017. A ampliação acima dos 100% ainda não é considerada “um motivo de comemoração” por parte do Poder Público. A intenção é aumentar esse número “reconquistando a confiança” dos munícipes.
“Vamos realizar uma campanha que terá duas fases. A primeira acontecerá nessa semana que vai contar com materiais, com a conversa específica com os comerciantes, apontando onde estão os nossos ecopontos e tentando demonstrar as formas de separação desses materiais recicláveis”, explicou Anderson Afonso, diretor de Comunicação do Semasa.
Outro ponto cogitado é a entrega de sacos plásticos de cores diferentes para incentivar as pessoas a não misturar os materiais que podem ser reciclados do lixo comum. 48% dos materiais lançados com o lixo comum ainda são recicláveis.
O governo andreense também aguarda um posicionamento do Ministério das Cidades para que um convênio de R$ 15 milhões seja liberado para dobrar o número de ecopontos, passando de 20 para 40 unidades pela cidade.