O número de matriculas realizadas na rede particular de ensino cresceu de forma considerada nos últimos anos e passou 1.806.694, em 2009, para 2.298.036, em 2017, um acréscimo de 491.342 novos alunos no período. Os dados, que integram o censo da educação privada formulado pelo Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo), foram divulgados pela entidade nesta segunda-feira (19), em reunião realizada com os mantenedores da regional ABC, no Hotel Plaza Mayor, em Santo André.
As novas adesões levam em conta alunos da Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Educação Profissional e Educação de Jovens e Adultos (EJA). O setor registra movimento crescente de 2009 a 2016, quando acumulou alta 19,76%, com efetivação de 519.159 matriculas. Apenas em 2017 o registro foi de baixa, com saldo negativo de 1,20%.
“É um dado muito bom para a escola privada, que mostra evolução, apesar da diminuição do número de crianças, pois o Brasil teve queda abrupta da natalidade infantil. Enquanto a escola particular cresceu 500 mil alunos nesse período, a rede pública perdeu 1 milhão”, destacou o presidente do Sieeesp, Benjamin Ribeiro da Silva.
Outro ponto apresentado durante a reunião foi a questão da inadimplência nos estabelecimentos de ensino. De acordo com a entidade, que não apresentou dados consolidados, os números tem caído, apesar do cenário econômico atual. Conforme dados coletados por amostragem em todo o Estado, em 2018 o ABC registrou índice de 4,84% em janeiro, e 4,47% em fevereiro deste ano. Em 2017, no mesmo período, o registro foi de 6,91% (janeiro) e 7,29% (fevereiro).
“A inadimplência tem caído mesmo com toda a crise econômica, muito em função de que a escola está aprendendo a contratar e não está dando crédito para quem não tem. A família percebeu também que o custo da inadimplência acaba indo para a mensalidade”, afirma Silva ao acrescentar que 50% do valor corresponde a encargos.
O encontro também serviu para discutir pontos da convenção coletiva da categoria, que tem prazo até 28/3 para fechar acordo. Um dos pontos apresentados é a proposta de mudança em relação ao período de férias e recesso da categoria.
“Tínhamos 2 meses de férias por ano, sendo um de recesso. Hoje em 200 dias isso é impossível que aconteça, não estamos querendo acabar com o recesso, mas diminuir de 30 para 20 dias”, observou o presidente.
Já a diretora regional do Sieeesp no ABC, Oswana Fameli, destacou que o encontro, o primeiro do ano, foi importante para discutir a relação da classe com pontos da reforma trabalhista. Além disso, também lembrou que o sindicato, único de Estado a representar a categoria, tem papel importante na realização do feira da educação, que ocorre em maio, em São Paulo. “Existe a sensibilidade em poder trabalhar com a qualidade da educação privada, não só com os gestores, mas também com professores”.