Nesta segunda-feira (19/03), Ribeirão Pires completa 64 anos de emancipação e 20 de conquista do título de estância turística. Apesar da festa que poderia ser feita com as datas, o município continua na luta contra a possibilidade de perder tal status. Em entrevista ao Repórter Diário, o prefeito Kiko Teixeira (PSB) falou sobre da movimentação do município sobre o assunto e também da retomada dos convênios em conjunto com os governos federal e estadual.
O chefe do Executivo comenta que era um título que, grosso modo, seria para o resto da vida. “Em 2015, o entendimento mudou. Não basta ter o título de estância, tem de ter o título de direito, o que já temos, e uma estância de fato. O que é ter uma estância turística de fato? Primeiro, é ter um Plano Municipal de Turismo adequado, é ter movimento de pessoas adequado, é ter um Conselho de Turismo adequado e nada disso era percebido em Ribeirão Pires. Uma série de erros grotescos”, explica.
O principal ponto da discórdia era a construção do teleférico. A obra foi paralisada por não ter autorização de alguns órgãos e empresas como Cetesb, AES Eletropaulo e CPTM. Kiko (foto) revela que o município planeja entrar na Justiça para reaver os R$ 476 mil gastos na compra dos bondinhos que seriam utilizados no equipamento e que não foram entregues.
Outra obra que passará pelo crivo jurídico é a do parque Milton Marinho, conhecido como Camping. “Essa obra foi aprovada de uma maneira, foi licitada para outra finalidade e estava em construção outra coisa, algo que não tinha como acreditar”, afirma o prefeito que não revela quais valores serão pedidos de ressarcimento em relação ao empreendimento.
Enquanto as ações judiciais ainda não dão resultado, o município procura apostar no projeto do boulevard gastronômico, que está na segunda fase, e os investimentos em eventos como o Festival do Pilar, o Festival do Chocolate e o Chocolate Run. Além disso, parcerias para cursos voltados ao turismo.
Convênios
Ribeirão Pires tinha uma dívida com a Previdência Social e o Imprerp (Instituto Municipal de Previdência) de R$ 200 milhões. Segundo Kiko Teixeira, após o parcelamento acordado com o INSS, o município já pagou R$ 27 milhões do valor devido. “As pessoas não têm muita noção disso. Por exemplo, um servidor vê o desconto dado para a Previdência, mas não sabe se é repassado ou não”, comenta.
Com a situação do passivo parcialmente resolvido, Ribeirão Pires retomou a conversa com o governo federal para executar algumas obras, como a construção da UBS (Unidade Básica de Saúde) do Parque Aliança e a revitalização das UBSs Centro e Jardim Caçula. “São obras que nós já temos a certeza que vão acontecer. Esses recursos são de emendas veiculadas, então são obras que vão sair do papel”, diz.