Após uma tensa reunião que ocorreu na última quarta-feira (14), o Conselho Municipal da Defesa da Criança e do Adolescente (CMDCA) de Santo André convocou reunião extraordinária para o próximo dia 28. A intenção é destrinchar todas as denúncias feitas contra o JEDA – Projeto Juventude Esperança do Amanhã e dar oportunidade para que a entidade possa se defender dentro do Conselho.
A decisão ocorreu após não haver tempo hábil para que todos que quiserem realizar denúncias na reunião ordinária. Durante o encontro, que ocorreu no nono andar da sede do Executivo andreense, o relatório com as acusações publicadas na ata da reunião de fevereiro (não mais disponível no site do CMDCA após decisão judicial, mas reveladas pelo RD na semana passada) foi lido novamente para os integrantes do Conselho.
Foram relatadas suspeitas de falta de infraestrutura nas três casas utilizadas no projeto JEDA Ágape, principalmente em torno do estado em que se encontram. Nem mesmo os dois novos endereços que abrigam crianças e adolescentes que estavam no Ágape I e Ágape II escaparam das denúncias relatadas no encontro.
Outras testemunhas também relataram problemas denunciados por alguns dos beneficiados, inclusive realizadas por algumas entidades como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Santo André. A reportagem entrou em contato com algumas das entidades, mas todos alegaram que não poderiam tratar do assunto, pois “precisam de autorização do CMDCA para prestar esclarecimentos”.
Outro órgão que também vem realizando as denúncias é o Conselho Tutelar III, localizado no bairro Bangu. A intenção dos conselheiros tutelares é apresentar o maior número de provas possíveis em relação as acusações. Fato que por consequência possa gerar um novo descredenciamento do JEDA, o que pode causar o fim do repasse público para o projeto Ágape.
O fato já aconteceu em fevereiro, porém a entidade não teve como se defender. Então o JEDA entrou na Justiça e conseguiu um mandado de segurança que cancelou o descredenciamento, a ata da reunião de fevereiro e que manteve os repasses. Segundo a defesa do projeto social, não houve prejuízos financeiros, porém, consideram que houve “prejuízo à imagem da entidade”, fator que vai ser usado como justificativa para processos contra aqueles que realizaram as acusações, principalmente fora do CMDCA.
Na reunião da última quarta, a coordenadora da entidade, Maria Keiko Sekaraqui, participou da reunião, porém o conteúdo do encontro não foi divulgado no site do CMCA até o fechamento dessa edição. A reunião extraordinária ainda não tem o local definido.