O projeto de TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) dos formandos Miguel Malta Magro e David Amorim de Nonato, do curso de Ciências Biológicas, da Fundação Santo André, apontou a existência de 96 espécies de aves no campus do Centro Universitário. O trabalho, apresentado em dezembro de 2017, mostra a importância das áreas verdes para os ambientes urbanos e a importância do campus da Fundação para o município de Santo André.
Com o título “Levantamento Comparativo das Aves do Centro Universitário Fundação Santo André e a Importância das Áreas Verdes”, o trabalho foi realizado por meio de imagens e foi orientado pelo professor José Luis Laporta e coorientado pelo ex-aluno Marcelo Feliti. As aves eram atraídas por meio da metodologia do playback, que é a reprodução do canto da espécie que se deseja atrair. Ao final da pesquisa, as aves foram catalogadas e identificadas. As 96 espécies pertenciam a 15 ordens de 30 famílias diferentes e todas elas foram comparadas e analisadas a partir de suas diferenças por meio de gráficos.
A pesquisa foi realizada em 2017, a partir de um cuidadoso monitoramento, realizado quatro vezes por mês, e uma vez por semana, com duração de duas horas e meia pela manhã. “O fato da pesquisa ser realizada pela manhã é por conta da maior atividade das aves neste horário, pois é a hora em que elas se alimentam e que costumam marcar território”, explicou Miguel Malta.
De acordo com o pesquisador, as espécies residentes no campus não foram separadas das demais. Segundo ele, são 45 espécies. “Estas são a maioria. Há ainda as migratórias, que aparecem em determinadas épocas, como a Saíra Viúva, que vem somente no inverno”, informou.
Malta comentou que existem registros de aves ocasionais, que param na Fundação apenas para se alimentar, pois elas cruzam o campus. “Elas eventualmente param por aqui, como o Pariri e o Gaturano Rei. Estas espécies não migram, vivem apenas em fragmentos de florestas e cruzam a cidade. Estas aves ficam poucos dias, depois vão embora. Estas duas espécies são difíceis e são de sensibilidade média, pois não se adaptam em qualquer ambiente ”, comentou.
O projeto revela que o campus tem alguns moradores fixos, como as corujas, que são importantes para o controle dos roedores. “Há ainda o Gavião Miúdo, uma espécie menor que gosta das árvores mais altas”, complementa o pesquisador. Um dado interessante apontado pelo trabalho é em relação às espécies cinergéticas, que são aves para o “engaiolamento”. “O lado positivo é que estas aves estão se multiplicando no campus, como Canário da Terra, Pinta silga e o Passaro Preto”, disse.