A falta de medicamentos de alto custo nos postos de distribuição de Santo André continua a preocupar os moradores da cidade, inclusive os casos de recebimento por ordem judicial. Os alvos maiores são o Hospital Mário Covas e o Núcleo de Assistência Farmacêutica de Santo André com denúncias por passarem grandes períodos sem entregar os remédios.
O problema pegou em cheio Francisco de Assis da Silva Castro. O paciente faz tratamento de Lúpus e está há mais de 60 dias sem conseguir retirar o medicamento Hidroxicloroquina no Mário Covas. “Além de estar há mais de dois meses sem receber esse medicamento, não consigo comprar o Ciclofosfamida em farmácia normal porque não tem”, afirma ao lembrar que o médico precisou sugerir um medicamento paliativo, de R$90, para que continuasse o tratamento. “Tem muita gente sem medicação, está uma situação lamentável”, diz.
Outra reclamação é de Eric Romero, que embora possua ordem judicial para retirar os medicamentos de alto custo para tratamento de Diabetes, está há quatro meses sem conseguir a insulina Asparte. “Toda vez que vou até o Núcleo de Assistência Farmacêutica falam que não tem e não posso ficar sem. Estou tendo que tirar do próprio bolso todo mês”, reclama. Além deste, embora estivesse marcado para retornar à unidade no dia 8 de março, Romero também não conseguiu retirar a insulina Glargina, outro medicamento utilizado no tratamento da doença.
Procurado pelo RD, o Departamento Regional de Saúde (DRS) da Grande São Paulo, responsável pela distribuição, informou que o medicamento Hidroxicloroquina 400 mg já está disponível na farmácia de alto custo do Hospital Estadual Mário Covas. Em relação a Ciclofosfamida, o órgão aponta que já foi adquirido e será cobrada celeridade na entrega ao fornecedor, que inclusive está sujeito a multa por descumprimento do prazo.
A nota esclarece que o SUS (Sistema Único de Saúde) distribui mais de 1.000 tipos de medicamentos em diferentes apresentações no Estado de São Paulo. Para atender os pacientes cadastrados no programa de Medicamentos Especializados (Alto Custo) em todo o Estado, a Pasta estadual realiza planejamento periódico dos estoques, com base no consumo e mais uma margem de segurança para garantir que a unidade tenha estoque até que seja abastecida pela próxima compra.
No caso de Eric Romero, o setor informa que o paciente retirou normalmente a insulina Glargina no mês de fevereiro e o item já está em fase de aquisição para as próximas entregas. A insulina Asparte já foi adquirida, porém houve atraso na entrega por parte do fornecedor do medicamento, que está sujeito a multa por descumprimento do prazo. Os pacientes serão avisados tão logo ocorra a entrega.