Vendas de Páscoa prometem impulsionar setor varejista

Luzinete Veiga ministra curso profissionalizante de ovos de Páscoa, na Chocolândia, em Santo André (Foto: Pedro Diogo)

Considerada data chave para a indústria de chocolates, a Páscoa, que este ano será celebrada em 1º de abril, deve ser melhor para o mercado de varejo, que desde 2015 não registra números favoráveis, especialmente com a venda de ovos de chocolate. De acordo com a Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados) a expectativa para comercialização do produto é positiva por conta da melhora na economia verificada, inclusive, em outros segmentos que fazem parte da cadeia.

“Estamos otimistas que os números deste ano comprovarão o amadurecimento da indústria e sua capacidade de organização em uma economia mais estável”, afirma Ubiracy Fonseca, presidente da Abicab. De acordo com a entidade, em 2017 foram produzidas cerca de 9 mil toneladas de chocolate, o equivalente a 36 milhões de ovos. O número, no entanto, comparado a 2016 foi 38% menor no volume de produção.

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Dentro dessa perspectiva, a Cacau Show, com 33 lojas na região, está bastante otimista com as vendas para este ano. A empresa produzirá cerca de 9,5 mil toneladas de chocolate para os mais de 40 produtos do portfólio da marca. Ao todo, serão 15 milhões de itens produzidos, o que significa um aumento de 8% em relação a 2017.

“Para este ano estamos prevendo crescimento de 20% em relação ao ano passado”, afirma Élio França e Silva, vice-presidente de marketing e vendas da Cacau Show, ao lembrar que em 2016 a empresa registrou uma das melhores Páscoas, seja pelo crescimento ou assertividade na distribuição realizada por cada loja.

Com grande representatividade no mercado nacional na produção de ovos de chocolate, a Nestlé e Garoto também estão otimistas para as vendas deste ano com a comercialização de linhas tradicionais e algumas renovações para atrair o consumidor.

As empresas alegam que não divulgam informações sobre vendas por questões estratégicas, no entanto, por nota informam que “as expectativas são positivas e que as estratégias traçadas para o portfólio de Páscoa trarão resultados satisfatórios, alinhados às tendências de comportamento dos consumidores brasileiros para a data nesse ano”.

Chocolândia espera repetir 2017

Tida como uma das maiores revendedoras de chocolates em barras do Brasil, a Chocolândia, rede com 10 lojas na Grande São Paulo, uma delas em Santo André, espera repetir as vendas realizadas em 2017. Desta forma pretende comercializar 3,2 mil toneladas de chocolate no período e outras 180 toneladas com revenda de ovos.

“A gente imagina fazer os mesmos volumes do ano passado, nós fizemos as compras baseadas nisso, exatamente no que passou no caixa. Se mantivermos o mesmo volume, já vai ser muito interessante”, destaca o diretor-presidente da rede, Osvaldo Nunes, ao lembrar que 2016 foi um dos piores anos por conta do auge da crise.

O executivo pondera que as empresas não aplicaram aumento nas barras de chocolate, e com isso, a rede conseguiu fechar alguns preços com base no que foi comercializado em 2015. Nas lojas, o preço dos produtos de 2,1 kg tem variação de R$ 36,90 a R$ 42. Nunes ressalta que o mesmo não ocorre com a comercialização de ovos por conta de todos os custos envolvidos na cadeia produtiva.

Cursos ajudam fomentar o setor 

Com o problema do desemprego ainda em alta, a busca por aperfeiçoamento dentro do mercado informal acaba sendo uma oportunidade interessante para conseguir renda extra. Dentro desse cenário, a Chocolândia também tem desenvolvido um trabalho direcionado para esse tipo de público.

A rede oferece cursos de aperfeiçoamento em 10 categorias diferentes, mas nessa época intensifica o trabalho com o chocolate. São mais de 540 aulas por mês em três períodos. “Virou um imenso social porque coloca as pessoas no mercado. Nosso forte são os produtos para quem é transformador”, afirma Nunes.

Pâmela Cristina Bueno é uma das integrantes da nova turma que está fazendo o curso profissionalizante de ovos de Páscoa, na unidade da rede, em Santo André. Seu principal objetivo é justamente gerar renda extra com a venda do produto.

“Estou gostando e aprendendo muito. Pretendo fazer ovos recheados, trufas e bombons. Meu objetivo é financiar um outro sonho meu, que é fazer faculdade de Psicologia”, diz.

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