Dólar segue influência externa e recua 0,52% ante o real

O enfraquecimento do dólar no âmbito internacional foi integralmente refletido no mercado de câmbio brasileiro, onde a moeda americana teve nesta quinta-feira, 22, a primeira queda da semana. O noticiário interno foi pouco influente, o que acabou por reforçar a referência externa. Assim, expectativas com política monetária internacional e preços do petróleo foram os principais drivers do dia, que contribuíram para levar o dólar à vista a fechar com baixa de 0,52%, aos R$ 3,2490, em um dia de liquidez elevada.

Pela manhã, as cotações chegaram a apresentar instabilidade, em meio a fluxos cambiais e repercussões das atas das reuniões do Federal Reserve (ontem) e do Banco Central Europeu (hoje). No documento divulgado nesta quinta, o BCE sinalizou que dirigentes teriam considerado prematuro alterar a política monetária em janeiro, o que acabou por fortalecer o euro ante o dólar, com influência direta sobre a queda do Dollar Index (DXY) durante todo o dia.

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À tarde, o presidente da distrital de Atlanta do Fed, Raphael Bostic, afirmou em conferência bancária que o crescimento econômico americano sugere o gradualismo na condução da política monetária. “O Fed está cuidadosamente calibrando o retorno a uma política monetária mais normal, dado o ritmo de crescimento da nossa economia”, afirmou Bostic, que vota nas decisões de política monetária este ano. As declarações reforçaram perspectivas de um Fed ainda “dovish” na gestão de Jerome Powel, que sucede a Janet Yellen.

A forte alta dos preços do petróleo foi outro fator a favorecer a depreciação do dólar, principalmente ante moedas emergentes e ligadas a commodities. Os contratos futuros do petróleo negociados nas bolsas de Nova York e Londres firmaram-se em alta após os dados de estoques dos Estados Unidos apontarem para uma redução inesperada de estoques. Os dados diminuíram os temores quanto ao recente aumento da produção norte-americana. Na Nymex, o petróleo WTI para abril fechou em alta de 1,77%, a 62,77 por barril. Na ICE, o Brent para o mesmo mês subiu 1,48%, a US$ 66,39 por barril.

“O que vimos neta quinta foi a retomada da busca por risco, depois de uma interrupção na quarta, após a ata do Fed. A fala de Bostic acabou por reduzir o temor de um Fed mais ‘hawkish’, gerado depois da aceleração da inflação”, disse Cleber Alessie, operador da Hcommcor corretora.

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