Otan quer que UE trabalhe mais com aliados em questões de segurança

Em meio à maior reformulação na defesa europeia em anos, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) pressiona a União Europeia a trabalhar mais de perto com os aliados de fora do grupo. Além disso, o Reino Unido atua para manter seu peso na segurança da região após deixar o bloco.

O pedido veio durante a Conferência de Segurança em Munique, realizada neste fim de semana. O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, advertiu que, após a saída britânica da UE, o bloco sozinho não poderia garantir a segurança europeia.

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Também neste sábado, a primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou que seu país está comprometido em contribuir com a defesa e a segurança europeias, mas pediu que a UE garanta a proteção de seus interesses. Desde a decisão britânica de deixar o bloco, a UE tem trabalhado por planos de defesa comuns. A pressão para isso ocorrer aumentou desde que o presidente Donald Trump assumiu nos Estados Unidos e passou a pedir mais gastos militares da Europa.

Além de uma modesta expansão nos orçamentos militares nacionais, o bloco estabeleceu um fundo de pesquisa em defesa, que deve destinar 5,5 bilhões de euros (US$ 6,86 bilhões) ao ano em financiamento após 2020. Também lançou um mecanismo de defesa comum há tempos congelado, voltado a identificar e desenvolver ativos de defesa comuns cruciais.

Pelas regras estabelecidas pelos líderes do bloco em dezembro, o mecanismo de defesa, conhecido como Cooperação Estruturada Permanente (PESCO, na sigla em inglês), permitiria que terceiros países participassem de missões e projetos da UE em uma base pontual, onde possam oferecer vantagens “significativas” para as operações. A UE disse que os novos ativos de defesa estarão disponíveis para a Otan, mas ainda não foram definidas as regras sobre como e onde isso ocorrerá.

Falando em Munique na sexta-feira, Stoltenberg disse que a Otan continua a ter uma visão positiva sobre os planos de defesa da Europa e que era importante evitar duplicar os planos. Ele notou que, com 80% dos gastos da Otan vindos de fora da UE após a saída do Reino Unido, em março de 2019, o bloco precisava trabalhar de perto com aliados de fora da Otan, como a Noruega, a Turquia e o próprio Reino Unido.

May disse que seu país segue aberto a oferecer seus ativos militares para operações civis e militares da UE e participar em projetos de ajuda externa e desenvolvimento das capacidades de defesa. Segundo ela, porém, os países da UE também precisam se mostrar abertos a isso. Fonte: Dow Jones Newswires.

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